Após semanas de polêmicas, o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, confirmou nesta quarta-feira (8) a demissão do subsecretário do Ministério de Infraestrutura e Transportes, Armando Siri, expoente do partido ultranacionalista Liga e investigado por suspeita de corrupção.
A decisão foi tomada durante uma reunião do Conselho dos Ministros convocada especialmente para discutir o caso. O antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), maior partido da coalizão governista, exigia a saída de Siri, enquanto a Liga tentava segurá-lo no cargo.
"Haverá um decreto para a demissão de Armando Siri", disse Conte, que se viu mais uma vez no meio do fogo cruzado entre as duas legendas da base aliada. O ministro do Interior e vice-premier Matteo Salvini, secretário da Liga, chegou a mandar os membros do M5S "calarem a boca" por causa das críticas à sua postura no caso Siri.
"Após uma discussão franca, foi dada plena confiança a meu trabalho, e o governo tomou a decisão mais acertada", acrescentou Conte. A reunião do Conselho dos Ministros durou mais de duas horas.
"Agora chega de brigas e polêmicas, há muitas coisas a fazer", disseram fontes da Liga após a decisão do premier. "É importante que o governo tenha dado hoje um sinal de descontinuidade em relação ao passado", afirmou o ministro do Trabalho e vice-premier Luigi Di Maio, líder do M5S.
Aliado próximo de Salvini, Siri é alvo de um inquérito que apura o suposto pagamento de propinas por parte de empresários do setor eólico. Segundo os procuradores, o subsecretário receberia 30 mil euros para ajudar na aprovação de algumas emendas à Lei Orçamentária, que, por sua vez, acabaram tendo parecer negativo do governo.