A Coreia do Sul alertou nesta quarta-feira que pode reativar restrições mais rígidas de distanciamento social ao registrar um novo recorde diário de casos de coronavírus devido a um pico persistente de infecções entre pessoas vacinadas e casos graves.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças da Coreia (KDCA) registrou 7.850 casos na terça-feira e o número de pacientes em estado grave também atingiu uma nova alta de 964.
O número diário de infecções ultrapassou sete mil pela primeira vez na semana passada, poucos dias depois de romper a marca de cinco mil, criando uma pressão cada vez maior sobre os recursos médicos do país.
O total de infecções da pandemia até o momento subiu para 536.495, incluindo 128 casos da variante Ômicron possivelmente mais transmissível, e 4.456 mortes, de acordo com o KDCA.
O primeiro-ministro Kim Boo-kyum disse que o governo está cogitando reativar restrições rígidas de distanciamento, inclusive uma proibição de reuniões e um toque de recolher no horário de jantar em locais de alimentação. Acredita-se que um anúncio oficial será feito na sexta-feira.
"Estamos analisando a situação atual com muita seriedade e buscando implantar medidas de distanciamento social ainda mais fortes", disse Kim em uma reunião intra-agências, sem dar detalhes.
A Coreia do Sul já vacinou totalmente mais de 94% de seus adultos e acelera sua campanha atual de incentivo a vacinas de reforço encurtando os intervalos para todas as idades.
Mas a quantidade de casos novos aumentou quase cinco vezes e os casos graves triplicaram desde que as regras de distanciamento social foram amenizadas no mês passado, em consonância com a diretriz "Convivendo com a Covid-19".
O número diário de mortes também atingiu seu maior índice ao chegar a 94 na segunda-feira - no início de novembro estava em cerca de 10, mostraram dados da KDCA.
Autoridades descartaram planos de novos relaxamentos, mas ainda hesitam para acionar um lockdown que prometeram se mais de 75% dos leitos de unidades de tratamento intensivo (UTI) estivessem ocupados nacionalmente devido à reação do empresariado e à fadiga crescente do público.
Mais de 81% dos leitos de UTI estão ocupados em todo o país e a proporção passou de 86% na área da grande Seul nesta quarta-feira.