A força de paz da União Africana descobriu nesta quarta-feira uma cova coletiva num campo militar de Bangui ocupado por rebeldes muçulmanos Seleka, ao mesmo tempo que uma importante autoridade da Organização das Nações Unidas alertou que a República Centro-Africana estava sucumbindo a uma limpeza étnica e religiosa.
Uma testemunha da Reuters viu quatro covas rasas com pelo menos uma dúzia de corpos no campo militar, onde ainda se encontram alguns combatentes Seleka.
O pastor Antoine Mboa Bogo, chefe da Cruz Vermelha local, confirmou a existência da cova e disse que a sua equipe ainda não havia tido o tempo necessário para determinar o número de corpos.
Numa visita a Bangui, o alto-comissário para refugiados das Nações Unidas, Antonio Guterres, pediu o envio maciço de tropas de paz internacionais para restaurar a estabilidade no país, que, desde março, quando os Seleka tomaram o poder, tem vivido uma onda de violência.
Meses de saques, estupros e mortes se seguiram, resultando em pressão internacional e na renúncia em janeiro do líder Seleka, Michel Djotodia. Desde então, milícias cristãs têm atacado muçulmanos, levando dezenas de milhares a fugir do país.