Covid-19 desacelera no Brasil, mas relaxamento é perigoso

Organização Pan-Americana da Saúde alerta que descuido com as medidas sanitárias pode reverter os avanços

21 abr 2021 - 14h53
(atualizado às 15h00)

O Brasil registra desaceleração de casos de Covid-19, incluindo na região Amazônica, atingida por forte crise no início do ano, mas o relaxamento de medidas sanitárias de alguns governos pode reverter a melhora, advertiu nesta quarta-feira a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Carissa Etienne.

Etienne disse, porém, que os casos no Brasil permaneceram "alarmantemente altos", enquanto os casos no Chile, que teve "alguns meses difíceis", estavam chegando a uma estabilidade.

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Vista de campanha de vacinação contra Covid-19) no Rio de Janeiro. 21/4/2021. REUTERS/Ricardo Moraes
Vista de campanha de vacinação contra Covid-19) no Rio de Janeiro. 21/4/2021. REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

Quase todos os países da América Central relatam aumento nas infecções, tendo Cuba, Porto Rico e República Dominicana como os mais afetados e 137 casos de Covid-19 registrados em abrigos para pessoas deslocadas pelas erupções vulcânicas em São Vicente e Granadinas.

Na América do Sul, disse ela, Colômbia, Venezuela, Bolívia, Uruguai e Argentina são os países mais afetados no momento, enquanto o México teve um ligeiro aumento de casos após o feriado de Páscoa e o relaxamento de algumas medidas.

Etienne disse que a Opas se preocupa com a proliferação de "rumores insidiosos e teorias de conspiração" na região, que aumentam a hesitação em relação à vacina.

"A Opas está colaborando com empresas de tecnologia como Twitter, Google e Facebook para abordar notícias falsas e garantir que o público possa encontrar facilmente informações precisas", disse ela.

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Ela repetiu o apelo por uma distribuição mais equitativa de imunizantes, exortando os países com excedentes a doá-las a outros que mais precisam.

"A América Latina é a região que atualmente tem maior necessidade de vacinas, essa região deve ser priorizada para distribuição de vacinas", afirmou.

"Esta é uma epidemia global. Ninguém estará seguro até que estejamos todos seguros."

Ciro Ugarte, diretor de Emergências de Saúde da Opas, disse que devido à escassez de imunizantes na região, passaportes de vacinas não devem ser considerados como mecanismo para limitar viagens, porque agravaria a discriminação contra esses países.

Segundo ele, a Opas viu evidências que o segundo pagamento da Venezuela pelo acesso às vacinas por meio da iniciativa Covax está em andamento e espera que possa ser finalizado "o mais rápido possível" para distribuição a 20% da população, ou 5,7 milhões de pessoas.

Etienne disse que a Covax já forneceu mais de 4,2 milhões de doses da vacina contra Covid-19 para 29 países nas Américas, com a previsão de chegada de mais 90 mil à Bolívia nesta quarta.

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