Cuba fez um apelo nesta sexta-feira aos Estados Unidos para cooperarem com sua investigação sobre incidentes que os EUA dizem ter ferido seus diplomatas em Havana e para não politizarem a questão, dias após Washington dizer que está considerando fechar sua embaixada em Cuba.
Em um discurso à Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez, disse que o nível mais alto do governo em Havana havia ordenado uma investigação sobre a questão misteriosa, que ameaça uma frágil melhora nas relações entre os antigos rivais da Guerra Fria.
No entanto, uma fonte do governo cubano disse à Reuters que os EUA não haviam fornecido evidências dos ferimentos, incluindo perda de audição, tonturas e náuseas, que dizem que diplomatas norte-americanos e seus familiares sediados em Havana sofreram.
Médicos cubanos também não foram autorizados a examinar ninguém, disse a fonte. Um porta-voz da embaixada dos EUA em Havana se negou a comentar.
"A investigação para esclarecer esta questão continua e para poder conseguir chegar a uma conclusão será crucial contar com a cooperação de autoridades dos EUA", disse Rodriguez à ONU.
"Seria lamentável se uma questão desta natureza fosse politizada", disse Rodriguez. Cuba negou qualquer envolvimento na questão.
O senador norte-americano Marco Rubio, da Flórida, está entre cinco senadores republicanos que há uma semana pediram para o presidente dos EUA, Donald Trump, retaliar contra Cuba ao expulsar seus diplomatas e possivelmente fechar a embaixada dos EUA em Havana.
Rubio ajudou Trump a elaborar a nova política sobre Cuba, retrocedendo partes da melhora nas relações alcançada sob o ex-presidente democrata Barack Obama e tomando uma linha mais dura em relação à ilha comunista.
A mídia estatal de Cuba relatou nesta semana que o único lado interessado na deterioração das relações é um pequeno grupo do Partido Republicano liderado por Rubio.
O governo dos EUA confirmou oficialmente pela primeira vez em agosto estar investigando os incidentes, que disse terem começado no final de 2016. Diversos canadenses também foram afetados, disse uma autoridade do Canadá, aprofundando ainda mais o mistério.