De fim do Transpacífico à discussão sobre muro: como foi a 1ª semana de Trump

28 jan 2017 - 09h13
(atualizado às 10h48)
Washington – Donald Trump assina decreto que retira os Estados Unidos do Acordo Transpacífico, assinado em outubro de 2015 por mais 11 países
Washington – Donald Trump assina decreto que retira os Estados Unidos do Acordo Transpacífico, assinado em outubro de 2015 por mais 11 países
Foto: Agência Brasil

Em sete dias como presidente dos Estados Unidos, Donald Trump começou a colocar em prática algumas das principais promessas de campanha. Após falar que vai colocar a "América em primeiro lugar", ele assinou decretos protecionistas, brigou com jornalistas e começou a planejar como será construído o muro para separar os EUA do México. Saiba como foi a primeira semana de Trump como presidente dos EUA:Discussões com jornalistas

Assim como ocorreu durante a campanha, a relação entre Trump e a imprensa continuou conturbada nos primeiros de governo. Após jornais norte-americanos apontarem que havia menos presentes no dia 20 do que nas duas posses de Barack Obama (em 2009 e 2013), Trump acusou jornalistas de serem desonestos. Segundo Trump, os jornalistas estão "entre os seres humanos mais desonestos na terra".

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Enfraquecimento do Obamacare

Nas primeiras horas à frente da Casa Branca, Trump assinou uma ordem executiva que enfraquece o Obamacare, o programa de saúde dos EUA aprovado durante o governo de seu antecessor, Barack Obama.

O programa  tinha o objetivo de estender atendimento médico para toda população americana. Na segunda-feira (23), o Senado norte-americano já começava a discutir uma proposta para substituir o Obamacare. De acordo com os autores, o novo plano prevê que os estados, e não o governo federal, devam passar a cuidar das políticas de saúde.

Trump proíbe financiamento a entidades que defendem aborto

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Também no dia 23, o novo presidente americano assinou um decreto que proíbe financiamento do governo federal para organizações não-governamentais estrangeiras que promovam ou custeiem a realização de abortos.

O decreto deverá ter o apoio de setores religiosos que lutam contra o aborto no país. Porém, vai contra o que defende um segmento da Marcha das Mulheres, que desfilou pelas ruas de Washington em protesto contra as políticas anunciadas por Donald Trump.

Muro entre os EUA e o México

Na quarta-feira (25), o presidente transformou em realidade uma das mais polêmicas promessas de sua campanha eleitoral: a construção do muro na fronteira sul do país. O muro será erguido de forma prioritária nos locais que fazem fronteira com cidades mexicanas. Após a assinatura do decreto, Trump reafirmou que o México vai, de alguma forma, pagar pelo muro.

A primeira consequência da medida foi o cancelamento da reunião que o presidente dos EUA teria com o presidente mexicano Enrique Peña Nieto. "Esta manhã informamos à Casa Branca que eu não vou assistir à reunião marcada para a próxima terça-feira [31 de janeiro] com o presidente dos Estados Unidos", escreveu Peña Nieto no Twitter.

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No mesmo dia, o secretário de imprensa da Casa Branca chegou a anunciar que uma alternativa para financiar a construção do muro seria aplicar um imposto de 20% sobre todas as importações do México direcionadas para o mercado americano.

Repressão às cidades-santuário

Outra medida de Trump contra a imigração foi a ordem executiva para bloquear fundos federais para as chamadas "cidades-santuário", que protegem imigrantes sem documentação. Os fundos federais serão abolidos para cidades que se recusem a fornecer informações às autoridades federais sobre o status de imigração de pessoas detidas nessas localidades. Entre elas estão Chicago, Nova York e Los Angeles.

Saída do Transpacífico

Na economia, a medida mais impactante de Trump foi o decreto assinado no dia 23 que cancelou a participação dos Estados Unidos do Tratado Transpacífico de Comércio Livre (TPP, sigla em inglês), o mais importante acordo internacional assinado pelo ex-presidente Barack Obama.

Os países signatários são: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura, Estados Unidos e Vietnã. Com a medida, Trump começou a reconfigurar o papel dos Estados Unidos na economia global. Em vez de acordos multilaterais, Trump deve investir em acordos bilaterais com cláusulas de rescisão.Construção de dois oleodutos

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Em termos ambientais, a medida mais impactante da primeira semana do governo Trump foi a aprovação do projeto de construção de dois polêmicos oleodutos, que tinha sido bloqueada pelo governo de Barack Obama ante a forte pressão de grupos ambientalistas. Um deles é o oleoduto Keystone XL, que transportará petróleo do Canadá até as refinarias nos Estados Unidos; o outro atravessará um território indígena em Dakota do Norte.

Possível acordo bilateral com o Reino Unido

Donald Trump se reuniu com a primeira-ministra britânica, Theresa May, no primeiro compromisso internacional do norte-americano na Casa Branca. Em entrevista coletiva após o encontro, Theresa e Trump afirmaram que pretendem ampliar a cooperação econômica e militar entre os dois países, inclusive com a possibilidade de um acordo de comércio bilateral.

Segundo Theresa May, os dois líderes conversaram também sobre medidas práticas para combater o Estado Islâmico. Segundo ela, Trump disse estar "100% comprometido" com o Tratado do Atlântico Norte (Otan), apesar de ter o criticado anteriormente durante sua campanha eleitoral e manifestado intenção de revê-lo.

A imprensa europeia e norte-americana já comparam a relação de Theresa May e Donald Trump à da primeira-ministra Margaret Thatcher e do presidente republicano Ronald Reagan, na década de 1980.

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Agência Brasil
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