A marcação de um pênalti durante um campeonato de futebol realizado na Guiné, na África Ocidental, provocou uma onda de violência que resultou na morte de pelo menos 56 pessoas, de acordo com informações divulgadas pelas autoridades locais nesta segunda-feira, 2.
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O conflito aconteceu no último domingo, 1º, em Nzerekore, a segunda maior cidade do País e sede do torneio, organizado em homenagem ao líder militar da Guiné, o coronel Mamady Doumbouya.
De acordo com testemunhas, a confusão começou quando o árbitro expulsou dois jogadores do time visitante e concedeu um pênalti aos mandantes da partida.
Os torcedores, então, começaram a arremessar pedras. A polícia respondeu usando bombas de gás lacrimogêneo, o que aumentou o pânico e a confusão no estádio. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram pessoas tentando fugir ao pular o muro o estádio.
À Reuters, uma autoridade da prefeitura local, que não quis se identificar, disse que muitas das vítimas eram menores de idade. O número oficial de vítimas, divulgado nesta segunda, é 56, mas testemunhas apontam que o número real de mortes é próximo a 100.
O primeiro-ministro da Guiné, Amadou Oury Bah, confirmou as mortes e ofereceu apoio médico e psicológico aos feridos e às famílias dos mortos. "Durante a debandada, vítimas foram registradas", disse.
De acordo com a oposição do governo da Guiné, o torneio foi organizado em campanha para homenagear e angariar apoio ao presidente Doumbouya, que tomou o poder em um golpe em setembro de 2021, em uma futura eleição presidencial.
Nesta segunda, o grupo Aliança Naciona para a Mudança e a Democracia acusou as autoridades de terem 'responsabilidade significativa nos graves incidentes'. O governo local não respondeu às acusações.