A premiê da Itália, Giorgia Meloni, anunciou nesta segunda-feira (27), Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, uma nova estratégia nacional contra o antissemitismo, em meio a polêmicas entre a comunidade judaica no país e organizações humanitárias e antifascistas por causa da guerra na Faixa de Gaza.
A data relembra a libertação de Auschwitz-Birkenau, maior campo de extermínio nazista, pelo Exército Vermelho da União Soviética em 27 de janeiro de 1945.
"O antissemitismo não foi derrotado com a derrubada dos portões de Auschwitz. É uma praga que sobreviveu ao Holocausto, assumiu diversas declinações e se propaga por meio de novos canais. Combater o antissemitismo, em todas as formas em que se manifesta, antigas e modernas, é uma prioridade deste governo", diz uma mensagem de Meloni, que está em visita ao Golfo Pérsico.
"Pretendemos levar esse empenho adiante com força e determinação, inclusive por meio da nova estratégia nacional para a luta contra o antissemitismo, um documento que fixa objetivos e ações concretas para combater um fenômeno abjeto", acrescenta a premiê, lembrando que o Holocausto "conduzido pelo regime de Hitler encontrou a cumplicidade dos fascistas na Itália, por meio da infâmia das leis raciais".
Enquanto isso, o Dia da Lembrança do Holocausto é marcado por polêmicas na Itália. Em Milão, a comunidade judaica local desistiu de participar de um encontro com estudantes promovido pela Associação Nacional dos Partisans Italianos (Anpi) pelo fato de a entidade definir a guerra em Gaza como "genocídio".
Em Roma, uma projeção na Pirâmide de Céstio diz que a Anpi e ONGs como Anistia Internacional, Médicos Sem Fronteiras e Emergency teriam ficado "ao lado de Hitler" se Israel tivesse bombardeado os trens para Auschwitz. "Hipocrisia e antissemitismo são suas bandeiras", ressalta a mensagem.
Projeção contra ONGs na Pirâmide de Céstio, em RomaEssas ONGs vêm se posicionando de forma dura sobre o conflito na Faixa de Gaza e acusam o governo do premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, de massacrar a população civil do enclave palestino.
"É uma ação desprezível em um dia no qual a memória do Holocausto e o respeito às vítimas exigiriam seriedade", ponderou o porta-voz da Anistia, Riccardo Noury. .