Dilma e Obama superam espionagem e concordam em impulsionar comércio e viagens

30 jun 2015 - 16h17

A presidente Dilma Rousseff e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, aproveitaram uma reunião oficial na Casa Branca nesta terça-feira para virar a página do escândalo de espionagem que abalou as relações bilaterais e disseram que querem impulsionar os laços econômicos.

Dilma e Obama concedem entrevista na Casa Branca.  30/6/2015.
Dilma e Obama concedem entrevista na Casa Branca. 30/6/2015.
Foto: Jonathan Ernst / Reuters

Os presidentes entraram em acordo em uma série de passos para facilitar que pessoas e bens transitem entre os dois países, incluindo a reabertura da comercialização de carne não processada.

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Durante entrevista coletiva de 1 hora, Dilma disse que as coisas mudaram desde outubro de 2013, quando ela cancelou uma visita de Estado oficial depois das revelações do ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional norte-americana Edward Snowden de que os EUA haviam espionado suas comunicações e de outros brasileiros.

Dilma afirmou que a mudança é particularmente devido ao fato de que Obama e o governo dos EUA declararam em várias ocasiões que não se envolveriam mais em atos intrusivos de espionar países amigos. "Eu acredito no presidente Obama", disse.

Obama elogiou o Brasil durante a entrevista coletiva desta terça-feira, referindo-se ao país como uma "potência global" e um "parceiro indispensável" que desempenha um papel fundamental no combate às mudanças climáticas, com um acordo para aumentar a produção de energia renovável.

Sobre Dilma, Obama disse: "Acredito nela completamente... Ela sempre foi muito sincera e franca comigo sobre os interesses do povo brasileiro e como podemos trabalhar juntos. Ela cumpriu o que prometeu."

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Os dois presidentes concordaram que Brasil e EUA retomarão a cooperação sobre questões cibernéticas e planejaram uma reunião em Brasília.

Eles também concordaram em tomar medidas para que norte-americanos e brasileiros possam viajar entre os dois países sem vistos e para autorizar brasileiros a se candidatarem para a "Entrada Global" quando visitarem os EUA já a partir do início de 2016.

Dilma prometeu que o Brasil vai "superar" sua atual crise e retomar o crescimento e disse que quer atrair mais investimentos dos EUA para o país e financiamento para projetos de infraestrutura.

Os dois líderes concordaram em cooperar na área de registros de patentes e sistemas de normas técnicas e também em reconhecer contribuições previdenciárias feitas por seus cidadãos tanto no Brasil como nos EUA.

Depois de Washington, Dilma seguirá para o Vale do Silício para se reunir com executivos do Google, Apple e Facebook.

(Reportagem de Lindsay Dunsmuir, Jeff Mason, Julia Edwards, Emily Stephenson e Susan Heavey)

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