A diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) pediu nesta terça-feira uma ação urgente para aumentar a produção das vacinas contra a Covid-19 nos países em desenvolvimento, afirmando que unidades de produção poderiam ser construídas em seis a sete meses ou menos da metade do tempo anteriormente imaginado.
Ngozi Okonjo-Iweala, ex-ministra de Finanças da Nigéria que até recentemente era presidente do conselho da coalizão global GAVI, que visa acesso igualitário ao número limitado de vacinas, assumiu o principal cargo do órgão de fiscalização do comércio global na semana passada. Ela disse que a saúde e o acesso às vacinas constituirão uma prioridade.
"O fato é que cada dia a mais em que a escassez das vacinas continuar, as pessoas pagarão com suas vidas", disse Okonjo-Iweala em uma cúpula de dois dias focada na produção de imunizantes contra a Covid-19, acrescentando que cerca de 130 países ainda aguardam pelas vacinas.
Os membros da OMC devem discutir uma possível renúncia aos direitos de propriedade intelectual para medicamentos contra a Covid-19 na quarta-feira, medida que pode permitir que os produtores em mais países comecem a fabricar doses dos imunizantes.
No entanto, atualmente as negociações estão sob um impasse, com vários países ricos opondo-se à renúncia, afirmando que isso prejudicará a custosa pesquisa que permitiu, primeiramente, a produção de vacinas contra a Covid-19.
Okonjo-Iweala disse que as restrições à exportação relacionadas à pandemia têm caído nos últimos meses, apelando aos países a retirar ou reduzir as remanescentes, ou definir prazos para suas eliminações para ajudar a minimizar os problemas na cadeia de suprimentos da vacina.