Jihadistas capturam base aérea estratégica na Síria

A instalação era o principal fortaleza das forças de Assad na cidade de Raqqa

25 ago 2014 - 11h40
Moradores da cidade de Tabqa comemoram a tomada da base aérea pelo Estado Islâmico nesta segunda-feira
Moradores da cidade de Tabqa comemoram a tomada da base aérea pelo Estado Islâmico nesta segunda-feira
Foto: Stringer / Reuters

Combatentes do Estado Islâmico capturaram uma base aérea estratégica do governo sírio. A instalação era o principal bastião das forças de Bashar al-Assad na província de Raqqa, no norte do país.

A TV estatal afirmou que as forças do governo se retiraram da base aérea de Tabqa, após dias de luta que deixaram centenas de mortos dos dois lados

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Mais de 191 mil pessoas morreram no conflito que já dura três anos na Síria, segundo a ONU.

O Estado Islâmico, antes conhecido pela sigla Isis, expandiu seu território pelo leste da Sìria e pelo norte do Iraque nos últimos meses.

Os Estados Unidos lançaram ataques aéreos contra o grupo no Iraque, mas o recurso não foi utilizado na Síria.

Combates pesados

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O grupo ativista Observatório Sírio de Direitos Humanos, opositor de Assad, afirmou que ainda há combates ocorrendo na região da base aérea, mas ela já estaria nas mãos do Estado Islâmico.

“Depois de combates pesados travados pelas forças que defendiam a base aérea de Tabqa, nossas forças se reagruparam depois da evacuação da base”, disse uma fonte militar na TV estatal.

Forças do governo passaram então a lançar ataques aéreos contra a região.

A base fica a cerca de 45 quilômetros da cidade de Raqqa, já controlada pelo Estado Islâmico. A instalação militar tinha dezenas de aviões e helicópteros de guerra, helicópteros, tanques e unidades de artilharia.

Segundo analistas, a perda da base tornará muito difícil ao governo sírio lançar ataques aéreos na região norte do país. Ela era a última posição controlada pelo governo na província, segundo o correspondente da BBC, Sebastian Usher.

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Segundo ele, ao conquistar outras duas bases militares sírias, os militantes jihadistas chegaram a exibir cabeças de soldados em praça pública.

Em outro incidente, forças do governo mataram 32 rebeldes em uma emboscada em Deraa, no sul da Síria, segundo ativistas.

Jornalista libertado

Enquanto seguem os combates na Síria, os Estados Unidos anunciaram a libertação do jornalista Theo Curtis, que era mantido refém por militantes da al-Nusra no país desde 2012.

O Secretário de Estado Americano, John Kerry, afirmou que estava “aliviado e agradecido por Theo estar voltando para casa”.

Ele afirmou que os Estados Unidos trabalharam com dezenas de países para possibilitar a libertação.

Na semana passada, outro jornalista sequestrado, James Foley, foi assassinado pelo Estado Islâmico.

A organização publicou um video que mostrava momentos antes e depois da decapitação da vítima – que também havia sido capturada em 2012.

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Curtis, morador de Massachusetts, foi capturado na Turquia quando seguia para a Síria.

Ele foi entregue para forças de paz da ONU nas colinas de Golã.

Em um comunicado, Nancy Curtis, a mãe do jornalista, agradeceu os governos dos Estados Unidos e do Catar.

“Meu foco agora é ajudar as famílias daqueles que ainda estão sendo mantidos na Síria e cuidar do meu filho”.

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