DNA de filha incrimina britânico por estupro e morte há 32 anos

11 mai 2016 - 16h14
Melanie Road foi morta em 1984
Melanie Road foi morta em 1984
Foto: Divulgação/BBC Brasil / BBC News Brasil

Um homem que estuprou e matou uma adolescente há 32 anos foi condenado à prisão perpétua no Reino Unido graças a uma surpreendente descoberta revelada pelo cadastro nacional de DNA, que reúne material genético de crimes do presente e do passado.

O assassino e estuprador Cristopher Hampton, de 64 anos, foi descoberto depois que uma de suas filhas, Clare, se envolveu no que foi descrito como uma 'disputa doméstica' sem grande importância na cidade de Bristol. Segundo a imprensa local, ela brigou com o namorado em um incidente que acabou fazendo com que a polícia recolhesse amostras de seu DNA e incluísse essas informações no cadastro nacional britânico.

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Ao comparar o DNA da filha do assassino com as informações do cadastro nacional, como é de praxe fazer, investigadores descobriram uma forte semelhança com o material genético encontrado no corpo e nas roupas de Melanie Road - uma adolescente estuprada e assassinada há mais de três décadas.

A estranha "coincidência" levou a polícia a investigar o pai de Clare que imediatamente se tornou suspeito do crime brutal.

O homem acabou preso e finalmente foi julgado e condenado nesta semana pelo crime de junho de 1984.

Melanie Road, de 17 anos, foi esfaqueada 26 vezes e violentada ao voltar de uma danceteria na cidade de Bath, vizinha a Bristol.

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Ao proferir a sentença, o juiz Andrew Popplewell disse a Hampton que ele "provavelmente vai morrer na prisão". O magistrado determinou ainda que o assassino cumpra pelo menos 22 anos antes de poder pedir liberdade condicional.

Hampton esfaqueou adolescente 26 vezes
Foto: Avon and Somerset Police / BBC News Brasil

"(Depois do crime) você se casou, teve filhos e viveu uma vida familiar por todos esses anos sabendo a incrível dor que você causou à família de sua vítima. Mas foi insensível e covarde para dar um fim ao sofrimento dela", disse Popplewell.

A mãe de Melanie, Jean, chamou Hampton de "monstro". E falou da sensação de ver a família do assassino sentada logo atrás dela no tribunal.

"A mulher e filha dele estavam sentadas atrás de mim - e ambas tinham cabelo louro, como Melanie. Como ele foi capaz de fazer isso com alguém e depois viver com pessoas sem que elas soubessem de nada?", disse Jean à BBC.

"Eu queria que ele fosse trancado em uma masmorra e ficasse ali até apodrecer", desabafou.

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Crime ocorreu em rua sem saída da cidade de Bath
Foto: Avon and Somerset Police / BBC News Brasil

Karen, irmã mais velha de Melanie, fez um pronunciamento no tribunal, em que falou sobre a dor da família.

"Vocês poderiam pensar que nada seria pior do que ser informada de que sua irmã mais nova havia sido violentada e brutalmente assassinada. Mas foi pior ainda que ninguém tivesse ido a julgamento por seu assassinato. Por 32 anos, essa pessoa não assumiu a autoria deste crime horrível".

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