O Egito apresentou uma nova proposta com o objetivo de restaurar o acordo de cessar-fogo em Gaza, disseram fontes de segurança à Reuters na segunda-feira, quando autoridades de saúde palestinas disseram que os ataques israelenses mataram pelo menos 65 pessoas no enclave nas últimas 24 horas.
A proposta, feita na semana passada, segue uma escalada na violência depois que Israel retomou as operações aéreas e terrestres contra o Hamas na última terça-feira, encerrando efetivamente um período de dois meses de relativa calma.
Autoridades de saúde disseram que Israel matou cerca de 700 palestinos desde que retomou seus ataques, incluindo pelo menos 400 mulheres e crianças.
O grupo islâmico Hamas afirmou que várias de suas importantes autoridades políticas e de segurança também foram mortas.
O plano egípcio prevê que o Hamas liberte cinco reféns israelenses a cada semana, com Israel implementando a segunda fase do cessar-fogo após a primeira semana, disseram duas fontes de segurança.
O Hamas ainda mantém 59 reféns, e acredita-se que 24 deles ainda estejam vivos.
Tanto os EUA quanto o Hamas concordaram com a proposta, disseram as fontes de segurança, mas Israel ainda não respondeu.
Um representante do Hamas não confirmou a oferta proposta, mas disse à Reuters que "várias propostas estão sendo discutidas com os mediadores para preencher a lacuna e retomar as negociações para chegar a um terreno comum que abriria o caminho para iniciar a segunda fase do acordo".
CRONOGRAMA PARA RETIRADA
As fontes disseram que a proposta egípcia também inclui um cronograma para a retirada total de Israel de Gaza, com o apoio de garantias dos EUA, em troca da libertação dos reféns.
O Hamas acusou Israel de violar os termos do acordo de cessar-fogo de janeiro, mas disse que está disposto a negociar uma trégua e que estava estudando propostas de Steve Witkoff, enviado especial do presidente dos EUA, Donald Trump.
Israel afirma que retomou suas operações militares para forçar o Hamas a libertar os reféns restantes que mantém em Gaza.
O país diz que faz o possível para reduzir os danos aos civis e questionou o número de mortos fornecido pelas autoridades de saúde no enclave controlado pelo Hamas.
No domingo, as autoridades palestinas estimaram em mais de 50.000 o número de mortos em quase 18 meses de conflito.
Israel lançou sua ofensiva em Gaza depois que os combatentes do Hamas invadiram o sul de Israel em 7 de outubro de 2023, matando 1.200 pessoas, a maioria civis, e fazendo mais de 250 reféns, de acordo com os registros israelenses.