Mais de 5,5 milhões de catalães vão às urnas nesta quinta-feira (21) para renovar os 135 novos deputados de seu Parlamento, em uma disputa que deve definir se a região seguirá com sua postura pró-independência ou se será mais alinhada ao governo de Madri.
Durante as primeiras horas de votação, que se encerrarão às 20h (17h no horário de Brasília), longas filas se formaram em frente aos postos eleitorais. Segundo analistas, o pleito deve contar com uma alta afluência dos catalães, que pode bater os 80%, por conta da importância crucial do voto de hoje, Em Sant Julia de Ramla, próximo a Girona, votou também Marcela Topor, esposa do ex-presidente da Catalunha Carles Puigdemont, que foi destituído por Mariano Rajoy há cerca de dois meses. O líder não participará da votação porque está em exílio na Bélgica.
A autonomia da Catalunha está suspensa desde que Madri dissolveu o Parlamento local, no fim de outubro, por conta da declaração de independência feita pelo então governo. Tanto Puigdemont, como seu então vice-presidente, Oriol Junqueras, além de outros 13 ministros, tiveram a prisão decretada por "rebelião".
No entanto, eles não foram impedidos de disputar o pleito e lideram suas listas - duas das 38 disponíveis. Junqueras, que está preso em Madri, aparece como favorito, ao lado de Puigdemont e de Ines Arrimadas, do partido Cidadãos, contrário à separação.
Como a desconfiança com Madri está muito grande entre os pró-independência, uma associação civil chamada ANC fará uma segunda contagem de votos quando os resultados das urnas forem fechados.
Ao todos, das 38 listas disponíveis, sete são apontadas com as principais em disputa e que devem conseguir assentos no Parlamento catalão. Três delas são pró-independência - Esquerda Republicana (ERC), de Junqueras, Juntos pela Catalunha (JxCat), de Puigdemont e os independentes da CUP -, outras três são pró-Espanha (Cidadãos, PSC e Partido Progressista) e uma última é considerada uma "terceira via", a CeC, próxima à sigla nacional Podemos.
Conforme as últimas pesquisas eleitorais, apenas os independentistas têm a possibilidade de formar uma coalizão de maioria no Parlamento, se mostrarem união após o pleito. Segundo o cronograma estipulado por Madri, a escolha dos líderes do governo local será feita pelo Parlamento na metade de janeiro de 2018.