Em fase final de gravidez, mulher de estudante palestino preso por governo Trump pede libertação

A prisão do universitário ocorreu na noite do último sábado, 8

11 mar 2025 - 17h32
(atualizado às 19h21)
Mahmoud Khalil, estudante palestino de pós-graduação da Universidade de Columbia, detido por agentes de imigração do governo Donald Trump.
Mahmoud Khalil, estudante palestino de pós-graduação da Universidade de Columbia, detido por agentes de imigração do governo Donald Trump.
Foto: Reprodução/YouTube

Grávida de oito meses, a esposa de Mahmoud Khalil, estudante palestino de pós-graduação da Universidade de Columbia, detido por agentes de imigração do governo Donald Trump no último sábado, 8, pediu às autoridades norte-americanas que liberte o seu marido da prisão. 

A mulher, que é cidadã norte-americana e não teve a identidade revelada pelos advogados de defesa, implorou pela libertação de Khalil e disse que quer ele ao lado no momento de seu parto. O pedido foi feito em carta publicada na revista Newsweek, nesta terça-feira , 11.

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"Peço que vejam Mahmoud através dos meus olhos, como um marido amoroso e o futuro pai do nosso bebê. Preciso da sua ajuda para trazer Mahmoud para casa, para que ele esteja ao meu lado, segurando minha mão na sala de parto, enquanto damos as boas-vindas ao nosso primeiro filho neste mundo. Por favor, libertem Mahmoud agora," afirmou a mulher.

A prisão de Khalil ocorreu alguns dias após o presidente Trump prometer deportar estudantes estrangeiros e prender “agitadores” envolvidos em “protestos ilegais”.

Como foi a prisão

Agentes do Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês) dos EUA prenderam o estudante universitário e ativista palestino Mahmoud Khalil em seu apartamento, em um prédio da Universidade de Columbia, no Estado de Nova York. Os agentes alegaram que o green card de Khalil, conhecido por liderar protestos que pedem o cessar-fogo em Gaza, havia sido revogado pelo Departamento de Estado.

A prisão ocorreu na noite do último dia 8, por volta das 20h30, quando Khalil e sua esposa entravam no prédio. Dois agentes à paisana forçaram a entrada no edifício, se recusaram a se identificar e prenderam Khalil sem explicação, informou um comunicado de imprensa emitido pelo ativista. Eles também ameaçaram prender sua esposa caso ela tentasse intervir.

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O comunicado aponta que os agentes afirmaram que o Departamento de Estado havia revogado o visto de estudante de Khalil, apesar de ele ser um residente permanente. A esposa de Khalil apresentou seu green card, mas os agentes insistiram que a revogação também se aplicava ao documento. O advogado da família tentou intervir, mas a ligação foi encerrada abruptamente pelos agentes.

Khalil está detido pelo Serviço de Imigração e Alfândega (ICE), onde aguarda uma audiência com um juiz de imigração. A ação ocorre em meio a um aumento da vigilância sobre estudantes pró-Palestina, com relatos de uso de inteligência artificial para monitoramento de ativistas.

Proibição de deportação

Um juiz federal ordenou na segunda-feira, 10, que Mahmoud Khalil não seja deportado por enquanto, como parte da repressão do presidente dos EUA, Donald Trump, a manifestantes anti-Israel, e marcou uma audiência no tribunal sobre o caso para esta quarta-feira, 12

O governo Trump não diz se Khalil é acusado ou se está sob alguma denúncia de crime, mas Trump escreveu que sua presença nos EUA é "contrária aos interesses nacionais e de política externa". 

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A advogada disse que a detenção de Khalil foi motivada por sua "crítica às instituições norte-americanas que apoiam Israel", o que, segundo ela, fere a liberdade de expressão assegurada pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA.

*Com informações da Reuters

Fonte: Redação Terra
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