Em uma visita considerada histórica à Turquia, o papa Francisco fez um apelo por maior diálogo entre religiões para conter o fanatismo e o fundamentalismo.
Durante seu pronunciamento, ele também pediu que as conversações de paz no Oriente Médio fossem retomadas, afirmando que a região "já foi, por tempo demais, palco de guerras entre irmãos".
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que a visita foi um passo "significativo" para incentivar a paz regional.
Outro apelo feito pelo papa foi por mais ajuda aos refugiados da Síria e do Iraque. Atualmente, a Turquia abriga 1,6 milhão de refugiados, após o Estado Islâmico (EI) invadir territórios da Síria e do Iraque.
Antes do papa Francisco, que ficará três dias no país, apenas três outros papas já haviam visitado Turquia.
Recepção
Segundo o correspondente da BBC em Ancara Mark Lowen, o papa teve uma recepção luxuosa na sede presidencial, mas não havia nada daquelas multidões que costumam receber o pontífice mundo afora.
"A Turquia é um país em que 99% da população é de muçulmanos, e sua histórica herança cristã como centro do Império Bizantino é cada vez menos visível", afirmou Lowen.
"Ainda assim, a posição histórica da Turquia, como ponto de encontro entre religiões e culturas, faz do país o local perfeito para divulgar mensagens de diálogo inter-religioso", disse o correspondente, lembrando que a Turquia é a principal ponte entre a Europa cristã e o Oriente Médio Islâmico
Islamofobia
Durante a visita, enquanto o papa denunciava a perseguição dos cristãos, o presidente da Turquia dizia que o Ocidente precisa fazer mais para combater a islamofobia.
O pontífice fez um apelo por mais respeito e cooperação de ambos os lados, pedindo que haja "um diálogo que aprofundo o conhecimento mútuo (entre as religiões)".
"Fanatismo e fundamentalismo, assim como temores irracionais que abrigam discriminação mal entendidos, precisam ser contidos com a solidariedade de todos os crentes."