Embaixada perde contato com brasileiros que aguardam para deixar Gaza

Sem luz, combustível, água, telefone ou internet, Israel intensifica bombardeios e deixa Gaza incomunicável

27 out 2023 - 18h11
(atualizado às 18h53)
Destruição no campo de refugiado de  Al-Shati, perto da Cidade de Gaza
Destruição no campo de refugiado de Al-Shati, perto da Cidade de Gaza
Foto: Reuters

A embaixada brasileira na Palestina informou nesta sexta-feira, 27, que perdeu contato com o grupo de 30 brasileiros que aguardal aval do governo israelense para deixar Gaza. Eles estão abrigados próximos à fronteira com o Egito.

 "Estamos sem conseguir contatá-los. Estamos tentando, só dá fora de área", disse o embaixador Alessandro Candea ao jornal O Globo

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No  21.º dia do conflito entre Israel e Hamas, as Forças de Defesa de Israel (IDF) intensificaram os bombardeios à Gaza, e cortaram o acesso à interent e telefonia dos palestinos. A Faixa de Gaza, que já estava sem energia elétrica, sem combustível e praticamente sem água potável, agora está também incomunicável.   

A empresa palestina de telecomunicações Jawwal disse em uma postagem nas redes sociais, nesta sexta-feira, 27, que os serviços de telefonia móvel e internet foram desligados.

"Não temos internet, não temos nenhum tipo de sinal em nossos telefones, ficamos totalmente isolados no território", disse em comunicado. 

O Crescente Vermelho (como é chamada a Cruz Vermelha em países árabes) perdeu completamente o contato com os seus funcionários em Gaza. 

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Invasão terrestre a Gaza

A interrupção do serviço ocorre no momento em que Israel se prepara para uma invasão terrestre no território palestino. O porta-voz militar da IDF, Daniel Hagari, disse que Israel aumentou os ataques aéreos "de uma forma muito significativa" e que as forças terrestres estavam "expandindo a sua atividade" em Gaza.  

Segundo a AlJazeera, "operações limitadas israelenses" já estariam ocorrendo por terra no norte de Gaza, perto da Cidade de Gaza.  

Israel x Hamas: os líderes e autoridades da guerra Israel x Hamas: os líderes e autoridades da guerra

Entenda os principais pontos da guerra entre Israel e Hamas:

  • Desde o início do conflito, mais de 7.326 palestinos morreram, sendo 3.038 crianças e 1.726 mulheres, e mais de 18 mil ficaram feridos; do lado israelense, 1.405 israelenses morreram, sendo 305 soldados e 57 policiais, e há mais de 5.431 feridos;
  • Estima-se que 220 pessoas, a maioria israelenses, foram sequestradas pelo Hamas e levadas para Gaza; apenas 4 já foram libertadas;
  • Em 21 dias de conflito cerca de 45% das residências de Gaza foram totalmente ou parcialmente destruidas;
  • O Hamas é uma organização militar, política e social que comanda a Faixa de Gaza desde 2007, quando venceu as eleições legislativas palestinas. O grupo é considerado uma organização terrorista por países da União Europeia e pelos Estados Unidos, mas não pela ONU;
  • A Faixa de Gaza vive sob um intenso bloqueio terrestre, aéreo e marítimo, com restrições de entrada de suprimentos básicos, desde 2007, sendo considerada uma 'prisão a céu aberto' por analistas, pesquisadores e entidades de direitos humanos;
  • Os palestinos reivindicam a criação de seu Estado (que inclui a Cisjordânia) desde 1948; 
  • Em 7 de outubro, o Hamas realizou a maior onda de ataques contra Israel;
  • Benjamin Netanyahu declarou guerra ao Hamas e falou em destruir o grupo; 
  • Israel intensificou o bloqueio à Faixa de Gaza, cortando o abastecimento de energia elétrica, combustível e água, criando uma crise humanitária sem precedentes em Gaza, após mais de duas semanas de conflito praticamente não há mais água potável em Gaza;
  • Hamas ameaçou matar os reféns israelenses em retaliação à resposta militar israelense;
  • Entidades alertam para o risco de agravamento da crise humanitária em Gaza. Com os hospitais e necrotérios sobrecarregados, palestinos usam carros de sorvete e refrigeradores de alimentos para armazenar corpos;
  • Cerca de 1.400 milhão de palestinos deixaram as suas casas em busca de refúgio no sul de Gaza; a população total da Faixa de Gaza é de 2,3 milhões, sendo 47% crianças;
  • Bombardeio ao Hospital Batista Al-Ahli, em Gaza, deixou ao menos 500 mortos; Israel acusou a Jihad Islâmica pelo bombardeio. O grupo negou;
  • A terceira igreja mais antiga do mundo, a Igreja de São Porfírio, localizada na Faixa de Gaza, foi bombardeada na noite de quinta-feira, 19;
  • Representante palestino na ONU pediu um cessar-fogo imediato;
  • Estados Unidos vetaram a resolução brasileira no Conselho de Segurança da ONU; textos propostos pelos EUA e Rússia também são vetados;
  • Preparativos para a incursão terrestre em larga escala em Gaza aumenta; 
  • No dia 27 de outubro, a Assembléia Geral da ONU aprovou resolução que pede pausa humanitária em Gaza;
  • Governo já repatriou mais de 1.135 brasileiros na operação Voltando em Paz;
  • Ajuda humanitária começa a chegar em Gaza apenas no dia 20 de outubro, 13 dias após o início do conflito.
Fonte: Redação Terra
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