Embaixador em Kiev diz que brasileiros em área de conflito na Ucrânia serão evacuados

Região leste da Ucrânia tem sido alvo de ataques militares da Rússia ordenados pelo presidente Vladimir Putin

24 fev 2022 - 11h08
(atualizado às 11h37)
Moradores da capital Kiev se refugiam em uma estação de metrô transformada em abrigo subterrâneo durante o conflito
Moradores da capital Kiev se refugiam em uma estação de metrô transformada em abrigo subterrâneo durante o conflito
Foto: Valentyn Ogirenko/Reuters / BBC News Brasil

O embaixador do Brasil em Kiev, Norton Rapesta, disse nesta quinta-feira (24/02) à BBC News Brasil que os brasileiros que estão em regiões afetadas pelo conflito na Ucrânia serão evacuados.

O diplomata não deu detalhes sobre como essa evacuação seria feita. Os detalhes deverão ser divulgados nas próximas horas, segundo ele.

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"Nós vamos evacuar os brasileiros. Jogadores de futebol. Todo mundo", afirmou o embaixador por telefone.

A menção a jogadores de futebol foi em alusão a um grupo de brasileiros que jogam em times ucranianos que vieram a público pedir ajuda para deixar o país.

O embaixador afirmou que gravou um vídeo com os detalhes da operação de evacuação e que ele foi encaminhado ao Itamaraty. O órgão deverá, segundo ele, fazer a divulgação das orientações.

Ucrânia fechou o espaço aéreo, cancelando todos os voos civis por causa do "alto risco" à segurança
Foto: Reuters / BBC News Brasil

A Ucrânia está sob ataque militar russo desde a madrugada desta quinta-feira (24/02).

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Ao longo do dia, a Embaixada do Brasil na Ucrânia distribuiu orientações a cidadãos brasileiros que vivem no país. As recomendações foram para que, os que puderem, deixem o país.

Policiais inspecionam fragmentos de um míssil que caiu numa rua da capital Kiev, logo após Putin determinar a invasão da Ucrânia
Foto: Valentyn Ogirenko/Reuters / BBC News Brasil

A embaixada também recomendou que os brasileiros que estiverem na região mais afetada pelos ataques tentem ir para Kiev e evitem locais próximos a instalações militares ou pontos de infraestrutura, como estações de energia ou internet.

Por volta das 11h, o Itamaraty divulgou uma nota sobre os ataques dizendo que o Brasil acompanha com "grave preocupação a deflagração de operações militares pela Federação Russa contra alvos no território da Ucrânia".

A nota diz ainda que o Brasil "apela" para a suspensão das "hostilidades" e que sejam iniciadas negociações para uma solução diplomática.

"O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil", diz o texto.

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Invasão na madrugada

Os ataques russos a territórios ucranianos aconteceram ao longo das primeiras horas desta quinta-feira. Em um pronunciamento, Vladimir Putin anunciou que a Rússia não planeja ocupar a Ucrânia, mas alertou que a resposta será "imediata" contra qualquer um que tente parar a operação.

Putin instou os soldados ucranianos a se renderem e voltarem para casa — do contrário, "a própria Ucrânia seria culpada pelo derramamento de sangue", disse o presidente russo.

Ele disse ainda que o confronto entre militares russos e ucranianos é "inevitável" e "apenas uma questão de tempo".

A Ucrânia, por sua vez, anunciou ter derrubado cinco aviões e um helicóptero da Rússia. Não há informações sobre mortos ou feridos. A Rússia, porém, nega essa informação.

Há diversas imagens e relatos de cidadãos procurando abrigo ou fugindo da capital de carro e transporte público. Há filas em caixas eletrônicos e os voos civis foram completamente suspensos. As principais avenidas de Kiev ficaram engarrafadas.

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Além dos relatos de explosões em diversas cidades ucranianas, há registros também de disparos nas proximidades do aeroporto de Boryspil, em Kiev.

Estima-se que a Rússia tenha mobilizado 200 mil combatentes e milhares de veículos de combate ao redor da Ucrânia. Não está claro quantos entraram no país, por onde e com que destino.

Aliados da Ucrânia como Estados Unidos e Reino Unido fizeram diversos alertas de que a Rússia estava prestes a invadir a Ucrânia. Mas Putin e outras autoridades russas negaram diversas vezes que isso ocorreria.

O anúncio de Putin aconteceu no mesmo momento em que ocorria uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) em Nova York, Estados Unidos, sobre a crise.

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