Emergência na fronteira, crise energética e expansão de território: veja os destaques do 1º discurso de Trump

Recém empossado, Donald Trump reassegurou que levará adiante as políticas anunciadas ao longo de sua campanha presidencial em 2024

20 jan 2025 - 17h32
(atualizado às 19h14)
Donald Trump, recém-empossado como o 47º presidente dos EUA, em solenidade de posse no Capitólio em Washington, DC
Donald Trump, recém-empossado como o 47º presidente dos EUA, em solenidade de posse no Capitólio em Washington, DC
Foto: Chip Somodevilla/Pool via REUTERS

Emergência na fronteira entre Estados Unidos e México, protecionismo em medidas energéticas, 'expansão do território' estadunidense. Em seu primeiro discurso após ser empossado como 47º presidente dos EUA nesta segunda-feira, 20, Donald Trump reassegurou que levará adiante as políticas anunciadas ao longo de sua campanha eleitoral, em 2024. 

Na solenidade realizada na Rotunda do Capitólio, a sede do Poder Legislativo dos EUA em Washington, D.C., o republicano afirmou que a 'era de ouro' dos Estados Unidos começou agora: “A partir deste dia, nosso país florescerá e será respeitado por todo o mundo. Seremos invejados por todo mundo e não permitiremos que ninguém se aproveite da gente”. 

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Ao longo de 30 minutos, cercado por políticos, embaixadores, líderes estrangeiros, celebridades e empresários americanos, Trump reiterou as políticas anti-imigração, de protecionismo econômico, fortalecimento das Forças Armadas, além de declarar que, nas próximas horas, assinará uma série de decretos que 'darão início à completa restauração da América'. Leia o discurso na íntegra aqui

Emergência na fronteira com o México

A primeira medida anunciada pelo republicano foi a declaração de emergência na fronteira sul dos Estados Unidos, o que autoriza o envio de militares à região. Trump prometeu, também, deportar 'milhões e milhões de estrangeiros criminosos ao lugar de onde vieram'. 

"Vamos reinstituir minha política de 'Fique no México'. (...) Nos decretos que assinarei hoje, também declararemos os cartéis como organizações terroristas estrangeiras', afirmou, declarando que usará o completo e imenso poder das autoridades federais e estaduais para eliminar a presença de "redes criminosas estrangeiras que devastam o solo norte-americano". 

Pouco após a posse, as primeiras mudanças começaram a surtir efeito no sul dos Estados Unidos, com o encerramento da operação do aplicativo CBP One, marca do governo do democrata Joe Biden, que tinha a intenção de facilitar o processo imigratório legal.

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Ao abrir o site do app, surge o seguinte aviso: "A partir de 20 de janeiro de 2025, as funcionalidades do CBP One™, que anteriormente permitiam que estrangeiros indocumentados enviassem informações antecipadas e agendassem compromissos em oito portos de entrada da fronteira sudoeste, não estarão mais disponíveis, e os compromissos existentes foram cancelados."

Biden e Kamala permanecem sentados e sem bater palmas durante discurso de Trump
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Crise financeira, energética e fim do 'New Deal verde'

Trump declarou que direcionará "todos os membros de seu gabinete a comandar os vastos poderes para vencer o que era considerado inflação recorde e rapidamente reduzir custos e preços". 

"A crise inflacionaria foi causada por um gasto em massa e a escalada dos preços de energia, e é por isso que hoje também vou declarar uma crise energética nacional. (...) Teremos algo que nenhuma outra nação manufatureira jamais terá, a maior reserva de petróleo e gás e nós a usaremos", afirmou. 

Trump também anunciou que revogará o que chamou de 'New Deal verde', uma série de políticas voltadas ao combate às alterações climáticas e à desigualdade econômica. Além da ampliação do uso de combustíveis fósseis, o novo governo também planeja fortalecer a produção de veículos à combustão, revogando atos que favoreciam a fabricação de automóveis elétricos.

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"Você poderá comprar o carro de sua preferência. Fabricaremos automóveis, na América, em uma velocidade que ninguém jamais pensou que poderia ser possível, há alguns anos", declarou. 

Protecionismo econômico

O presidente recém-empossado também reafirmou que "revisará o sistema comercial para proteger os trabalhadores americanos e suas famílias". Segundo Trump, sua proposta é "taxar e aumentar os tributos a outros países, ao invés de taxar nossos cidadãos para enriquecer outras nações". 

Ele declarou que instaurará o Serviço de Receita Externa, a fim de concentrar a coleta de tributos, taxas e receitas estrangeiras. "Isto trará quantitades enormes de dinheiro ao nosso Tesouro, vindas de fontes estrangeiras". 

Trump apontou que, a fim de ampliar a eficiência e confiança no governo federal, instaurará também o Departamento de Eficência Governamental, a ser governado pelo bilionário Elon Musk, dono da Tesla e da SpaceX.  

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Trump diz que EUA vão reconhecer apenas dois gêneros
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Liberdade de expressão e fim de políticas de gênero

O republicano declarou que, "após anos e anos de esforços federais ilegais e inconstitucionais para restringir a liberdade de expressão", assinará um decreto que impedirá, automaticamente, qualquer censura do governo e "trará de volta a liberdade de expressão à América". 

"Nunca mais os imensos poderes do Estado serão usados para perseguições a adversários políticos. (...) Sob minha liderança, restauraremos uma justa, igualitária e e imparcial Justiça, balizada pela Constituição", citou. 

Trump também afirmou que dará fim, ainda esta semana, às políticas públicas que 'incorporam raça e gênero a todos os aspectos da vida pública e privada': "Forjaremos uma sociedade que não vê cor e é meritocrata. De hoje em diante, a política oficial do governo dos Estados Unidos é que há apenas dois gêneros, masculino e feminino". 

Fortalecimento das Forças Armadas

Trump também voltou o discurso aos militares, em especial aqueles que foram expulsos da corporação por "questionarem a obrigação à vacinação contra a covid-19, com direito à restituição integral de pagamento": "Irei reinstaurá-los ao serviço". 

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O presidente também afirmou que assinará um decreto que dará fim a quaisquer "teorias políticas radicais e experimentos sociais" impostos a militares norte-americanos em serviço no exterior. "Nossas Forças Armadas terão um único objetivo: derrotar os inimigos da América". 

"Como em 2017, construíremos, novamente, a maior força militar que o mundo já viu. Mediremos nosso sucesso não só pelas batalhas que venceremos, mas também pelas guerras às quais daremos fim e, talvez ainda mais importante, às guerras as quais não nos envolveremos. Meu maior legado será o de um pacificador e unificador", disse.

Retomada do Canal do Panamá

O republicano também citou a América Central em seu discurso. Trump afirmou que, em pouco tempo, trabalhará para "mudar o nome do Golfo do México para 'Golfo da América'". Mais adiante, reafirmou a intenção de reassumir o controle do Canal do Panamá, principal rota de comércio marítimo entre os oceanos Atlântico e Pacífico. 

Como justificativa, o presidente afirmou que os Estados Unidos são "mal tratados" pelo "presente dado", em referência ao acordo firmado entre os países em 1977. O controle do canal passou gradualmente ao Panamá até 1999, quando o país caribenho assumiu totalmente a via marítima. 

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"Navios americanos sofrem tributações excessivas e não recebem qualquer tratamento justo, incluindo a frota da Marinha. Sobretudo, a China está operando o canal. Nós não demos o canal à China, demos ao Panamá e o tomaremos de volta", ressaltou. 

Expansão de territórios e EUA em Marte

Por fim, Trump reafirmou que os Estados Unidos serão considerados, novamente, "uma nação em crescimento". "Um país que nos enriqueça, expanda nossos territórios, desenvolva nossas cidades, aumente nossas expectativas e leve nossa bandeira a novos e belos horizontes", 

"E buscaremos nosso destino manifesto nas estrelas, alçando astronautas americanos a fincarem nossas estrelas e listras no planeta Marte", disse, aplaudido pelo público presente no Capitólio, principalmente por Elon Musk. 

Fonte: Redação Terra
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