As emissões de carbono praticamente voltaram aos níveis pré-pandemia, de acordo com um estudo divulgado nesta quinta-feira, e as emissões de carvão e gás natural disparam nos setores elétrico e industrial e permanecem baixas no setor de transportes.
"Estávamos esperando ver uma certa retomada. O que nos surpreendeu foi a intensidade e a rapidez da retomada", disse o principal autor do estudo, Pierre Friedlingstein, pesquisador de modelos do clima da Universidade de Exeter.
Em 2020, as emissões de dióxido de carbono recuaram 1,9 bilhão de toneladas, uma queda recorde de 5,4%, já que os países adotaram lockdowns e as economias se fecharam para tentar conter a disseminação da Covid-19. O novo relatório, produzido pelo Projeto Global de Carbono, prevê que as emissões aumentarão 4,9% neste ano.
Entre os grandes emissores, acredita-se que China e Índia registrarão emissões mais altas em 2021 do que em 2019, enquanto Estados Unidos e a Europa devem apresentar emissões ligeiramente menores.
A China foi um exceção em 2020, porque investimentos para estimular a recuperação da pandemia levaram a grandes aumentos no uso de carvão ao mesmo tempo em que as emissões de outros países caíam.
O estudo projetou que o total global de emissões deste ano chegará a 36,4 bilhões de toneladas de CO2.
O relatório chega no momento em que líderes mundiais se reúnem na conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU) em Glasgow, na Escócia, para tentar limitar o aumento da temperatura global média a 1,5 grau Celsius e evitar os efeitos mais catastróficos da mudança climática.
Para consegui-lo, dizem cientistas, as emissões de CO2 têm que ser zeradas até 2050.