Enfermeira condenada por matar bebês pode ser inocentada com reviravolta no caso

Especialistas questionam condução do processo que sentenciou Lucy Letby à prisão perpétua em 2023

24 mar 2025 - 09h53
(atualizado às 10h28)
A enfermeira Lucy Letby foi condenada por matar sete bebês sob seus cuidados e tentar matar outros sete
A enfermeira Lucy Letby foi condenada por matar sete bebês sob seus cuidados e tentar matar outros sete
Foto: Cheshire Police / BBC News Brasil

A enfermeira britânica Lucy Letby, condenada à prisão perpétua em 2023 pelo assassinato de sete bebês recém-nascidos, pode ser inocentada após uma reviravolta no caso. Especialistas questionam as evidências médicas que acarretaram na condenação e a defesa voltou a pedir uma nova análise do processo.

Entre 2015 e 2016, sete bebês morreram e seis ficaram gravemente feridos no Hospital Countess of Chester, na Inglaterra. Lucy Letby, que atuava como enfermeira neonatal da unidade, foi acusada de envenenamento por insulina, traumas na garganta e injeção de ar nas veias das vítimas. Em 2023, ela foi condenada a 15 penas de prisão perpétua, sem direito a recurso.

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A acusação foi baseada em supostas evidências encontradas na casa da enfermeira, como documentos confidenciais de pacientes e pesquisas sobre os pais das vítimas. O juiz responsável pela sentença afirmou que Lucy agiu contra os instintos humanos de cuidado e violou a confiança depositada em profissionais da saúde. O caso de Lucy foi tema da edição do Fantástico, da Rede Globo.

Lucy Letby
Foto: SWNS / BBC News Brasil

Desde o julgamento, especialistas independentes questionam a confiabilidade das provas médicas usadas para incriminá-la. Testes que indicaram envenenamento por insulina foram considerados pouco confiáveis. Além disso, relatórios vazados apontaram a presença de uma bactéria perigosa para bebês prematuros nas torneiras do hospital, apontou o programa da Globo.

Além disso, investigações revelaram que a unidade neonatal sofria com falta de pessoal, espaço e recursos para atender bebês em estado crítico. A defesa de Lucy argumentou não haver evidências diretas contra ela e que a principal testemunha da promotoria era um pediatra aposentado há 15 anos.

Um grupo de especialistas internacionais, liderado pelo neonatologista Shoo Lee, concluiu que todas as mortes e ferimentos analisados foram causados por fatores naturais ou falhas médicas, não por assassinato. As conclusões foram apresentadas em fevereiro em Londres e reforçam os pedidos de revisão do caso.

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O Fantástico mostrou que, diante dessas descobertas, a defesa de Lucy solicitou uma nova análise do processo. Paralelamente, a polícia expandiu sua investigação para avaliar se houve negligência grave do hospital. A responsável pelo inquérito público afirmou que houve falha total de proteção e garantiu que a investigação seguirá até a divulgação do relatório final em novembro.

Fonte: Redação Terra
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