Por Alejandro Di Giacomo - O presidente da Argentina, Javier Milei, visitará a Itália a partir de 11 de fevereiro, anunciou a ministra das Relações Exteriores Diana Mondino, em entrevista à ANSA.
"A Itália pode nos oferecer muito, além do que já nos deu nos últimos 150 anos. O seu lugar na União Europeia é importante e pode representar para nós uma porta de entrada no bloco, com tudo o que isso implica", disse a chanceler.
Essa chave de acesso poderia "também ser fornecida por outros países, mas temos laços culturais, históricos e comerciais com os italianos", afirmou Mondino, que acompanhará Milei tanto em Israel (5 a 10 de fevereiro) como em Roma. A delegação argentina, com o país em colapso econômico, viajará em voo de carreira "para reduzir ao máximo os custos" e participará, a convite da Santa Sé, da canonização de María Antonia Paz y Figueroa, popularmente conhecida como Mama Antula, que se tornará a primeira santa da nação sul-americana.
"Temos dois objetivos na Itália. Por um lado, participar de um evento único no Vaticano, que é um privilégio, com o importante encontro do presidente Milei com o papa Francisco. O segundo é uma agenda lotada de reuniões", destacou Mondino, 65 anos, formada em ciências econômicas e com dois mestrados nos Estados Unidos e na Espanha, salientando que um grupo de empresários argentinos fará parte da missão.
"Procuramos transmitir credibilidade. Durante os últimos 60 anos, a Argentina não só não manteve seus compromissos financeiros, mas nem mesmo as expectativas que gerou", afirmou a ministra, indicando que os principais temas econômicos da viagem envolvem energia ("os italianos têm capacidade de desenvolvimento neste campo"), investimentos ("eles podem nos ajudar a crescer"), ciência e tecnologia ("para uma agenda comum") e possibilidade de intercâmbios na área médica.
"Fala-se muito dos recursos naturais da Argentina, mas os empresários e responsáveis pelas pequenas e médias empresas têm-se revelado muito criativos, superando situações verdadeiramente traumáticas do ponto de vista econômico", disse Mondino.
A chefe da diplomacia argentina também elogiou o governo de Giorgia Meloni. "Há 10 anos a Itália estava numa situação financeira muito precária. Fez grandes progressos nesta área e em outras de grande complexidade, como a questão da imigração. O setor industrial também apresenta mudanças notáveis", observou.
Quanto à imagem de Milei na Europa, esclareceu: "Inicialmente, ele foi retratado como um populista, mas ele não é como os populistas, que falam em curto prazo. Nós trabalhamos para os próximos 35 anos, agimos no respeito à Constituição. O Parlamento argentino está discutindo neste momento a Lei Omnibus, e vemos os deputados trabalhando em janeiro e de dia. Anteriormente, as sessões eram escuras e à noite. Algo está mudando". .