Um conselheiro destacado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ignorou a posse do novo presidente argentino, Alberto Fernández, e reuniões de trabalho agendadas para esta quarta-feira, insatisfeito com a presença de autoridades do governo do venezuelano Nicolás Maduro.
O enviado especial Mauricio Claver-Carone disse ao jornal local Clarín que partiu mais cedo depois de ser "surpreendido" por convidados como o ministro da Informação da Venezuela, Jorge Rodríguez.
Os comentários foram confirmados por um porta-voz da embaixada norte-americana, que disse que nenhuma reunião agendada foi cancelada.
Os EUA e muitas nações ocidentais vêm exortando Maduro a renunciar, e reconheceram o líder opositor Juan Guaidó como presidente venezuelano legítimo.
O líder peronista Fernández caminha em uma corda bamba diplomática entre os EUA e aliados de esquerda como a Venezuela. Sua vice-presidente, Cristina Kirchner, era próxima de Maduro ao final de seus dois mandatos, que cumpriu entre 2007 e 2015.
"Infelizmente, devido a alguns convites e algumas surpresas que tivemos ao chegar, decidi não ir e estou partindo mais cedo. Não terei as reuniões de trabalho que havia agendado para amanhã", disse Claver-Carone ao Clarín.
O enviado disse que os laços com Maduro "não trazem nenhum benefício à Argentina", país que, segundo ele, deveria se concentrar em "como pode trabalhar bilateralmente conosco e com outros aliados".
Mas outras autoridades dos EUA compareceram e se encontraram com Fernández, incluindo o secretário da Saúde, Alex Azar, e Michael Kozak, secretário-assistente interino do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado.