Investigadores internacionais que analisam a derrubada do voo MH17 da Malaysia Airlines sobre a Ucrânia em julho do ano passado se reuniram para a primeira consulta conjunta nesta semana, examinando rachaduras e padrões de impacto na fuselagem do jato, disseram autoridades holandesas nesta sexta-feira.
O Boeing 777 voava de Amsterdã para Kuala Lumpur com 298 passageiros e tripulantes a bordo quando caiu inesperadamente sobre as linhas de combate do conflito da Ucrânia entre os separatistas apoiados pela Rússia e as forças do governo central de Kiev.
Partes da aeronave foram levadas para a Holanda, no ano passado, porque pesados combates entre rebeldes separatistas pró-russos e as forças do governo ucraniano impediram durante vários meses uma inspeção de segurança no local do acidente, no conturbado leste do país.
Os Estados Unidos disseram que rebeldes derrubaram o avião com um míssil terra-ar, enquanto a Rússia alegou que forças do governo ucraniano abateram a aeronave.
"Na semana passada, (a equipe) realizou várias inspeções nos destroços, incluindo nas fraturas, mecanismos de falha e padrões de impacto", disse o Conselho de Segurança Holandês em comunicado.
Investigadores começarão em breve uma reconstrução tridimensional das partes da aeronave na base da Força Aérea holandesa, onde os destroços estão armazenados, afirmou o conselho, acrescentando que familiares das vítimas poderão visitar o local no início de março.
Num primeiro relatório, os pesquisadores holandeses avaliaram que a fuselagem do avião foi perfurada por "objetos de alta energia", que poderiam ter vindo do solo ou do ar. Promotores disseram que estão abertos a ambas as possibilidades, mas acreditam ser mais provável que a aeronave foi abatida a partir do solo.
A Holanda está conduzindo as investigações criminais e de segurança aérea do desastre, uma vez que mais de dois terços das vítimas eram holandesas. Investigadores de Ucrânia, Malásia, Austrália, Grã-Bretanha, Bélgica e Alemanha também participam.
Um porta-voz disse que um esboço do relatório do conselho de segurança sobre as circunstâncias do acidente provavelmente estará pronto no segundo semestre, quando os outros países envolvidos poderão fazer suas próprias apresentações.
Mas a equipe holandesa não terá nenhuma obrigação de mudar seu relatório, mesmo que as autoridades de outros países discordarem radicalmente das suas conclusões, disse o porta-voz.
(Reportagem de Thomas Escritt)