O brasileiro Fernando Sabag Montiel, detido na última quinta-feira, 1º, após ser acusado de tentar assassinar a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, é conhecido na vizinhança de Buenos Aires como uma pessoa "triste e solidária". A descrição foi feita pelo cabeleireiro Diego Arnold ao programa Fantástico, da TV Globo.
Fernando, filho de pai chileno e mãe argentina, é dono de um apartamento em Buenos Aires. Ele aluga o espaço para um salão de beleza, local onde Arnold trabalha. De acordo com o cabeleireiro, Fernando tinha traços de depressão.
“Era uma pessoa deprimida, solitária. Mas, com as pessoas na rua, ele era agradável. Eu costumava vê-lo aqui uma vez por mês, quando eu pagava o aluguel”, afirmou o cabeleireiro.
Após a tentativa de assassinato, a polícia argentina realizou uma busca e apreensão no local, mas não encontrou nenhum pertence de Fernando. Segundo o inquilino, o suspeito não mora no endereço há quatro anos.
A moradia mais recente conhecida de Fernando era em um bairro localizado na periferia de Buenos Aires. A polícia também realizou uma busca no imovél e, dessa vez, achou os pertences do brasileiro.
Um dos vizinhos declarou ainda que conhecia pouco Fernando. “Não tinha nem bom dia, nem boa tarde, nem boa noite. Só via ele sair do apartamento dos fundos. Às vezes sozinho, às vezes com a namorada”, disse Jorge Perdomo.
Em 2021, Fernando foi flagrado por uma blitz da polícia com uma faca de 35 cm. Na ocasião, ele alegou que o objeto era para defesa pessoal. O brasileiro segue preso aguardando o julgamento. A Defensoria Pública será a responsável pela sua defesa no processo.
Namorada presa
Brenda Uliarte, namorada de Fernando, foi presa no domingo, 5, por autoridades argentinas enquanto seguem as investigações sobre o caso. María Eugenia Capuchetti, juíza responsável pelo caso, diz acreditar que o brasileiro não agiu sozinho.
Após analisar testemunhos e imagens de câmeras de segurança da área onde ocorreu o ataque contra Kirchner, a magistrada ordenou a prisão de Brenda e também decretou sigilo do inquérito.
Segundo o La Nación, Brenda tem 23 anos e foi detida na Estação de Palermo, em Buenos Aires, capital da Argentina.