Viajando para Cabul, Herat, Mazar-e-Sharif, Jalalabad e Peshawar, no Paquistão, Birk e Foley foram convidados pelos fotógrafos a visitarem suas casas e estúdios, além de receber informações sobre a operação de um tipo de câmera local bastante comum - rústica, feita de madeira, semelhante aos antigos lambe-lambes usados no Brasil -, conhecida como kamrae-e-faoree, no idioma dari.
Feitas à mão e com madeira, a kamrae-e-faoree é câmera e laboratório. Foi usada na região durante anos e gerações de afegãos tiveram seus retratos feitos por esta "máquina".
Durante o regime do Talibã, as fotografias foram proibidas, junto com a televisão, música e cinema, obrigando muitos destes fotógrafos a esconder ou destruir suas câmeras.
"Prevendo as mudanças, um fotógrafo em Herat, Hekmatullah Arbadzadeh, começou a juntar uma coleção das fotos da kamra-e-faoree depois de 2001, a maioria retratos de crianças, estudantes da cidade e arredores. Ele chama estas fotos de 'tesouros'", segundo Birk e Foley.