O governo central da Espanha garantiu o apoio da oposição para dissolver o Parlamento da Catalunha e realizar novas eleições na região em janeiro, em um esforço para neutralizar uma tentativa de independência do governo catalão.
A principal legenda de oposição, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), disse nesta sexta-feira que irá apoiar um pacote de medidas extraordinárias para impor o controle central sobre a região, cuja ameaça de se separar do restante da Espanha desestabilizou o euro e afetou a confiança na quarta maior economia da zona do euro.
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, que queria o apoio dos socialistas para apresentar uma frente política unida contra o governo separatista catalão, realizará uma reunião especial do gabinete no sábado para iniciar o processo de imposição do regime direto na Catalunha.
Essa seria a primeira vez nas quatro décadas de democracia da Espanha que Madri ativaria o artigo da Constituição para efetivamente substituir um governo regional e convocar novas eleições.
Rajoy quer chegar ao maior consenso possível antes de tomar tal passo, que aumentou a perspectiva de mais protestos de grande escala na Catalunha, onde grupos pró-independência foram capazes de levar mais de 1 milhão de pessoas às ruas.
O líder da Catalunha, Carles Puigdemont, um ex-jornalista que está liderando a campanha de separação, se recusou a renunciar à independência citando uma esmagadora votação em favor da separação no dia 1º de outubro, em referendo considerado ilegal pelo governo central.