A Espanha superou a China no número de pessoas infectadas com o coronavírus nesta segunda-feira, e o governo endureceu as restrições a uma população que entra na terceira semana sob uma das interdições mais rígidas da Europa.
Líderes empresariais criticaram as ações adotadas pela Espanha durante o final de semana para proibir todo o trabalho não essencial até meados de abril e para prolongar por mais duas semanas uma interdição de âmbito nacional que paralisou indústrias como a automotiva e a turística.
"Se você parar o país, teremos um problema social enorme dentro de cinco meses", disse Antonio Garamendi, presidente da associação comercial espanhola, em uma entrevista à televisão.
O número total de infecções subiu para 85.195 nesta segunda-feira, mais do que as 81.470 registradas na China, onde a doença surgiu. O total de 812 mortes visto de domingo para segunda elevou as fatalidades do vírus na Espanha para 7.340.
Mas o aumento diário de infecções desacelerou desde a adoção das medidas de interdição, caindo em média 12% nos cinco primeiros dias em relação aos cerca de 20% dos 10 dias anteriores, disse a porta-voz das emergências de saúde, Maria José Sierra, cujo antecessor foi diagnosticado com o vírus.
Madri fez um minuto de silêncio para as vítimas da doença, e o Adágio para Cordas de Samuel Barber foi tocado nos alto-falantes da prefeitura enquanto as bandeiras regional, espanhola e da União Europeia tremulavam a meio mastro.
O governo precisa encontrar um equilíbrio delicado entre a contenção do avanço de uma doença que está sobrecarregando o serviço de saúde e a preservação de postos de trabalho em um país com a segunda maior taxa de desemprego da Europa.