Estados dos EUA rejeitam discurso de Trump sobre retomar economia do país em breve

24 mar 2020 - 14h43

Uma semana depois de milhões de norte-americanos começarem a se refugiar em casa contra o coronavírus, os Estados alertaram nesta terça-feira contra a flexibilização das restrições muito cedo, mesmo que os bloqueios estejam devastando a economia dos Estados Unidos.

Governador do Estado de Nova York, Andrew Cuomo, fala em coletiva de imprensa no Centro de Convenções Jacob K. Javits, cidade de Nova York
24/03/2020
REUTERS/Mike Segar
Governador do Estado de Nova York, Andrew Cuomo, fala em coletiva de imprensa no Centro de Convenções Jacob K. Javits, cidade de Nova York 24/03/2020 REUTERS/Mike Segar
Foto: Reuters

Na segunda-feira, o presidente Donald Trump disse que estava examinando como reiniciar a vida comercial quando a paralisação de 15 dias se encerrar na próxima semana, mesmo enquanto o vírus altamente contagioso espalha-se rapidamente e hospitais mal equipados lutam contra uma onda de casos mortais.

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Trump, um republicano, está tentando ganhar a reeleição em novembro sob a promessa de crescimento econômico.

O governador Andrew Cuomo, um democrata cujo Estado de Nova York tornou-se o epicentro do surto nos EUA, com 25.665 casos, se opôs fortemente a permitir que as pessoas viajem, socializem e voltem aos locais de trabalho muito rapidamente.

"Se você pedir ao povo americano que escolha entre saúde pública e economia, não há contestação. Nenhum americano dirá acelerar a economia às custas da vida humana", disse ele em um centro de convenções em Manhattan que está sendo reaproveitado para acomodar camas para pacientes com coronavírus.

O governador de Maryland, Larry Hogan, um republicano, afirmou à CNN na terça-feira: "Não achamos que estaremos prontos para sair disso daqui em cinco ou seis dias, ou quando quer que esses 15 dias terminam desde o momento em que eles começaram esse relógio imaginário".

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Nos EUA, mais de 42.000 pessoas contraíram o Covid-19, a doença respiratória causada pelo vírus, e pelo menos 620 morreram. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou, nesta terça, que os Estados Unidos têm o potencial de se tornarem o epicentro global da pandemia de coronavírus, citando uma "aceleração muito grande" nas infecções.

Líderes do Pentágono disseram nesta terça-feira que o surto pode continuar por meses.

Na semana passada, Trump emitiu diretrizes que, segundo ele, visam retardar a propagação da doença em 15 dias e que incluíram restrições a viagens desnecessárias. A atividade econômica tem sido interrompida em grandes Estados como Nova York e Califórnia.

WALL STREET AVANÇA

Depois de sofrer fortes baques na maioria dos dias nas últimas semanas, Wall Street avançou das mínimas de três anos nesta terça-feira, em meio a sinais de que Washington estava chegando a um acordo sobre um pacote de 2 trilhões de dólares para resgatar a economia em decorrência do coronavírus. Todos os três principais índices de ações dos EUA saltaram mais de 5%.

Os negociadores previam que o Senado dos EUA poderia aprovar a lei de estímulo, que inclui ajuda financeira para americanos comuns, pequenas empresas e indústrias afetadas criticamente, nesta terça-feira.

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