Os Estados Unidos estão enfrentando confrontos violentos na cidade de Ferguson, que fica no estado americano do Missouri, no Condado de St. Louis, desde agosto deste ano. Protestos de multidões invadem as ruas contra a morte do jovem negro Michael Brown, que foi alvejado por sete tiros disparados pelo policial branco Darren Wilson em 9 de agosto.
Segundo o policial, Brown teria assaltado um comércio e teria o ameaçado e, por isso, foi alvo da violência. Porém, testemunhas afirmam que o jovem de apenas 18 anos estava desarmado.
Depois do caso de Mike Brown, outro jovem negro foi morto por policiais – o que só esquentou o clima no país. Barack Obama pediu calma aos manifestantes e disse que os protestos devem acontecer de maneira pacífica.
Confira a lista de 10 coisas que você precisa saber para entender o caso de Brown, que está se tornando um símbolo da injustiça contra negros nos Estados Unidos, segundo o The Independent.
1. Mãos para cima
O promotor de St Louis, Bob McCulloch, afirmou que uma das informações que mais gerou conflitos entre os depoimentos foi o fato de Michael Brown estar ou não com as mãos para cima, em sinal de obediência à polícia. Alguns dizem que ele estaria mostrando rendição quando os tiros foram disparados, outros negam. Por causa disso, "Hands Up" (Mãos para cima, em tradução livre) tornou-se o slogan dos manifestantes. "A descrição de como Brown levantou as mãos não é consistente entre as testemunhas", disse McCulloch.
2. As contradições
O promotor afirmou ainda que muitas testemunhas se contradisseram ao longo das investigações. Primeiramente afirmando ter visto alguma coisa e depois negando. Algumas chegaram a sumir quando deveriam ser interrogadas.
3. O gatilho
Não está claro se os 12 tiros foram disparados pelo oficial Wilson, que teria acertado o jovem no topo da cabeça. O que se sabe é que os disparos foram realizados, sendo que sete atingiram Brown e que os dois primeiros teriam sido feitos de dentro da viatura (sendo que o policial julgado estaria do lado do passageiro).
A maioria das testemunhas disse que o jovem estaria inclinado para dentro da carro na janela do motorista. Amostras de sangue dele de fato foram encontradas dentro da viatura e havia uma bala alojada em seu braço.
4. 90 segundos / 4 horas
90 segundos. Este é o tempo que separa o primeiro do último tiro disparado contra o jovem negro no dia 9 de agosto. Porém, foram necessárias 4 horas para que o corpo de Brown fosse retirado do meio da rua.
5. Fora do carro
Dez dos doze tiros foram feitos quando o policial Wilson já estava fora do veículo e o corpo de Michael foi encontrado a mais de 45 metros de distância – o que revela que o jovem teria sido morto quando estava distante dos oficiais, ao contrário do que disseram algumas testemunhas, que afirmaram ele estaria avançando em direção aos policiais.
6. Cigarros
O promotor de St. Louis indicou que o policial teria sido informado que um “homem forte” e armado que teria assaltado uma loja nas proximidades para roubar cigarros. Quando Wilson e seus colegas viram Brown andando nas ruas com um cigarro na mão, associaram-no com o assaltante. Pouco depois, porém, a própria polícia afirmaria que o jovem não teria relação com o ladrão.
7. Dificuldade
Junto das páginas de testemunhos feitos ao grande júri e liberadas na noite desta segunda-feira, há imagens do rosto e pescoço de Darren Wilson feitas pouco depois do tiroteio. As fotos foram feitas durante um exame médico e foram detectados sinais de vermelhidão e inchaço nessa região do corpo do policial, o que sugeriria um luta, provavelmente, com Brown, quando o policial ainda estava dentro do carro.
8. Perfis raciais
Michael Brown é negro, Darren Wilson é branco. No grande júri, 75% eram brancos e 25% negros. O condado de St. Louis possui uma população de maioria branca (mais de 70%). Porém, em Ferguson, dois terços da população é negra.
9. Trabalho árduo
O grande júri ouviu mais de 70 horas de depoimentos de cerca de 60 testemunhas, incluindo os médicos. Eles também ouviram o policial que atirou e matou Brown.
10. Comportamento discriminatório
A grande pergunta que fica é se a polícia de Fergunson é culpada pelo comportamento discriminatório visto no caso.
