Promotores militares americanos disseram que a arrogância foi o que motivou o soldado acusado de orquestrar o maior vazamento de informações confidenciais da história dos Estados Unidos por meio do site WikiLeaks há três anos. Ele começou a ser julgado nesta segunda-feira.
Mas na abertura da corte marcial do analista de inteligência Bradley Manning, 25 anos, seu advogado de defesa o retratou como um jovem soldado ingênuo que vazou os documentos, vídeos de combate e outros dados porque queria revelar os custos humanos das guerras no Afeganistão e Iraque.
O soldado de primeira classe Manning enfrenta uma possível sentença de prisão perpétua, sem direito à liberdade condicional, caso seja condenado na corte marcial em Fort Meade, Estado de Maryland, por vazar mais de 700 mil documentos secretos em 2010, fato que enfureceu o governo dos Estados Unidos.
"Este é um exemplo do que acontece quando a arrogância tem acesso a redes de informação classificadas", disse o promotor-chefe no Exército, capitão Joe Morrow, em comentários iniciais no tribunal de Fort Meade. "Isso teve grande interesse para os nossos adversários e para os nossos inimigos."
Manning usava um uniforme de gala e se sentou à mesa de defesa, entre seus advogados. Ele enfrenta 21 acusações, incluindo a mais séria, a de ajudar o inimigo, e o julgamento sob a Lei de Espionagem de 1917. Ele se declarou culpado em fevereiro de dez acusações menores, mas os promotores rejeitaram os fundamentos e estão seguindo suas acusações originais.