Agentes que mataram menino com arma de mentira são suspensos

A polícia recebeu uma denúncia por telefone de que uma pessoa armada estava apontando uma pistola para os pedestres

24 nov 2014 - 21h14
<p>Tamir Rice tinha nas mãos uma réplica de uma pistola do tipo 'airsoft' no momento em que foi morto pelos policiais</p>
Tamir Rice tinha nas mãos uma réplica de uma pistola do tipo 'airsoft' no momento em que foi morto pelos policiais
Foto: Courtesy Richardson & Kucharski Co., L.P.A. / AP

Dois policiais que mataram um menino negro de 12 anos com uma arma de brinquedo depois de receber um chamado de emergência foram suspensos de seus cargos enquanto o fato é investigado, informaram nesta segunda-feira autoridades de Cleveland, Ohio (norte dos Estados Unidos).

Os dois agentes, um deles com menos de um ano de experiência como policial e outro com dez anos de serviço, foram suspensos provisoriamente à espera dos resultados da investigação.

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Os dois policiais atiraram contra o menor Tamir Rice em uma área de lazer ao ar livre depois de receber denúncias por telefone de que uma pessoa armada com uma pistola estava apontando para os pedestres, segundo um comunicado da divisão da Polícia de Cleveland encarregada de investigar o uso da força letal. Segundo uma gravação telefônica, a pessoa que contactou a polícia disse que a arma era provavelmente falsa.

Os dois policiais que chegaram ao local pediram ao menino que levantasse as mãos, mas ele as teria baixado até a cintura para pegar sua pistola, segundo o comunicado. Os policiais atiraram duas vezes e feriram o garoto. Uma das balas o atingiu no abdômen. Depois de ser hospitalizado, o menor morreu nas primeiras horas de domingo.

Depois de atirar, os policiais perceberam que "a arma em poder do suspeito de 12 anos era uma réplica de uma pistola do tipo 'airsoft', parecida com uma pistola semiautomática, com o indicador de segurança laranja levantado", disse a polícia em um comunicado.

O chefe de polícia de Cleveland, Calvin Williams, saiu em defesa de seus subordinados, ao afirmar que "não estamos em uma época em que um oficial da polícia de Cleveland queira sair para dar um tiro em um menino. Ponto".

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Segundo ele, o policial autor do tiro mortal, cujo nome e cor da pele não divulgou, estava "devastado com isso", em alusão ao desfecho do caso.

A morte do menor ocorre num momento em que no Missouri, um estado da região central dos Estados Unidos, é aguardada com tensão a decisão de um júri sobre o destino de um policial que matou em agosto Michael Brown, um jovem afro-americano de 18 anos, contra quem disparou seis vezes durante uma polêmica prisão.

Um incidente similar ocorreu em Ohio em agosto, quando policiais que respondiam a um chamado de emergência mataram em um supermercado John Crawford, um homem negro que tinha uma pistola de brinquedo que era vendida naquele mesmo local.

Alicia Reese, uma deputada do congresso do estado de Ohio, anunciou que apresentará um projeto de lei para obrigar os fabricantes de armas de brinquedo a utilizar cores vivas e faixas fluorescentes que permitam diferenciá-las das verdadeiras.

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