A americana Jodi Arias implorou na terça-feira aos jurados do caso em que foi condenada por assassinar seu namorado que lhe dessem prisão perpétua em vez de condená-la à morte. Diante do júri, ela disse que lhe "faltou perspectiva" quando, após ser considerada culpada, disse em uma entrevista que preferia ser morta a passar o resto de seus dias presa. As informações são da agência AP.
Arias conversou com jornalistas na terça-feira após uma sessão de seu julgamento. Nas entrevistas, ela sustentou a tese de que matou seu então namorado Travis Alexander em junho de 2008, em Phoenix, Arizona, por legítima defesa. Ela diz que o ataque foi uma resposta aos constantes abusos que sofria do namorado.
No entanto, promotores alegam que o motivo do assassinato foi uma crise de ciúme motivada pelo fato de que Alexander queria terminar o relacionamento e ir para o México com outra mulher. Arias foi considerada culpada de atacá-lo com cerca de 30 facadas, com um tiro na cabeça e quase decapitá-lo. "Até hoje, eu mal posso acreditar que fui capaz de tal violência. Mas eu sei que fui", disse Arias. "E eu me arrependerei disso para o resto da vida".
Após ser condenada no início de maio, Arias disse em entrevista a uma rede de televisão local que preferia ser sentenciada à morte a ficar presa para sempre. "A longevidade está no sangue da minha família, e eu não quero passar o resto da minha vida natural em um lugar. Acredito que a morte é a liberdade definitiva, e prefiro ter a minha o mais rápido possível", disse à época.
No entanto, ela aparentemente mudou de ideia e nesta terça-feira pediu aos jurados que não a sentenciassem à morte para o bem de sua família. "Eu estou pedindo a vocês para que, por favor, não façam isso com eles. Eu já os machuquei muito, assim como a outros. Eu quero que o processo de cura de todo mundo comece, eu quero que dor de todo mundo pare", disse.
Ela também disse que pretende utilizar seu tempo na prisão para realizar coisas positivas, incluindo doar o seu cabelo para que sejam feitas perucas para vítimas de câncer, ajudar a estabelecer um programa de reciclagem na prisão e desenhar camisetas para levantar dinheiro para vítimas de violência doméstica.
Ela também comentou diante dos jurados as declarações sobre preferir ser sentenciada à morte. "Apesar de eu realmente achar isso, me faltou perspectiva. Para mim, a vida na prisão é o pior dos destinos, mas aqui diante de vocês, por causa deles eu não posso em sã consciência pedir a vocês que me sentenciem à morte", disse, apontando para seus familiares que acompanhavam a sessão.