Antiga frequentadora do apartamento da família Tsarnaev, Alyssa Lindley Kilzer, atualmente morando na Escócia, postou em uma rede social um longo relato sobre suas lembranças da convivência com os chechenos acusados pelos atentados que mataram três pessoas e deixaram mais de cem feridas na maratona de Boston, na última segunda-feira.
Ela conta que costumava fazer tratamentos faciais com a mãe dos garotos, Zubeidat Tsarnaeva, em uma clínica estética. Quando Tsarnaeva foi demitida, Alyssa começou a visitar a casa da família, onde esteve 'cerca de três vezes por ano entre 2008 e 2012".
Apesar do bom relacionamento na época, a jovem conta que o "crescente fervor religioso" de Tsarnaeva a incomodava: "ela fazia teorias da conspiração, dizia que o 11 de setembro foi criado pelo governo americano para fazer americanos odiarem muçulmanos. Dizia que os filhos dela sabiam tudo sobre o tema e que eu deveria pesquisar na internet".
Ela conta ter feito intimidade com as duas filhas de Tsarnaeva e o mais novo, Dzhokhar. O mais velho, Tamerlan, que foi morto por policiais, quase não aparece nos relatos. "Encontrei Tamerlan apenas duas vezes, ele não era muito amigável. A mãe sofreu quando ele quis sair de casa, indo contra a tradição muçulmana de morar com os pais até se casar", conta.
Já Dzhokhar foi descrito com um adolescente "legal": "uma vez ele manobrou meu carro, o que me deixou muito apreensiva, já que a vaga de estacionamento era bastante pequena. Sim, eu dava as chaves do meu carro para ele!"
Alyssa diz acreditar que Tsarnaeva voltou para a Rússia por saber que seus filhos planejavam um ataque terrorista, apesar de indícios mostrarem que ela foi visitar o marido doente. Ao fim do relato, a americana se declara disposta a usar todo o seu conhecimento sobre a família para auxiliar a investigação do caso.