As dúvidas sobre a saúde de Trump após primeira noite com covid-19 em hospital

Equipe médica declarou que está 'extremamente feliz' com o progresso de Trump

3 out 2020 - 14h44
(atualizado às 14h56)

Após a primeira noite do presidente Donald Trump em hospital, a equipe médica declarou que está "extremamente feliz" com o progresso dele. Após a declaração, no entanto, surgiram dúvidas a respeito da condição da saúde do presidente dos EUA.

O médico Sean Conley declarou, em entrevista à imprensa, que Trump está 'muito bem'
O médico Sean Conley declarou, em entrevista à imprensa, que Trump está 'muito bem'
Foto: Reuters / BBC News Brasil

Aos 74 anos e tecnicamente obeso, Trump é considerado grupo de risco para a doença.

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O médico Sean Conley disse, em entrevista à imprensa, que Trump está "muito bem". Conley reforçou que Trump foi levado ao hospital na sexta-feira (02/10) como uma "medida de precaução".

Os profissionais disseram, ainda, que estão "monitorando-o de perto em busca de qualquer evidência de complicações", mas dizem que ele não teve febre desde a manhã de sexta-feira .

Oxigênio

A equipe também relatou que Trump não está precisando do suporte de máquinas que auxiliam na oxigenação e tampouco apresenta dificuldade para respirar. No entanto, os médicos se recusaram a responder se Trump precisou do auxílio em algum momento.

Após a entrevista, vários veículos da imprensa dos EUA relataram que o presidente Trump recebeu oxigênio na Casa Branca antes de ir para o hospital.

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O jornal New York Times diz que duas pessoas que disseram que Trump teve dificuldade para respirar na sexta-feira e "seu nível de oxigênio caiu", levando a equipe médica a dar-lhe oxigênio suplementar.

A agência de notícias AP também relata que Trump recebeu oxigênio na Casa Branca, citando uma fonte.

Trump continua trabalhando no hospital, segundo os médicos
Foto: Reuters / BBC News Brasil

"Muito preocupante"

Vários meios de comunicação dos EUA também divulgaram a informação de que uma fonte com conhecimento da saúde do presidente, que prefere não ser identificada, informou que alguns sinais vitais foram "muito preocupantes" nas últimas 24 horas.

Segundo essa fonte, o caminho de recuperação completa do presidente ainda não estaria claro e as próximas 48 horas seriam críticas para avaliar a recuperação.

A avaliação contradiz o médico de Trump, que declarou que o presidente estava "muito bem". Pelo Twitter, na noite de sexta-feira, Trump também disse que está "indo bem".

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Trump continua trabalhando no hospital, segundo os médicos. A suíte presidencial do hospital Walter Reed está equipada com um escritório.

O tratamento de Trump inclui remdesivir, medicamento que demonstrou reduzir o tempo de recuperação do coronavírus. Em julho, o governo dos Estados Unidos comprou praticamente todo o estoque mundial do remédio remdesivir para os três meses seguintes.

Os médicos também disseram que Trump perguntou sobre o medicamento hidroxicloroquina, mas que não está tomando no momento.

No início da pandemia, Trump divulgou o medicamento como um tratamento para o coronavírus, uma recomendação que não foi confirmada por pesquisas médicas.

A primeira-dama Melania Trump, que também testou positivo para o coronavirus, continua na Casa Branca e não está sendo tratada no hospital militar Walter Reed. Ela está "indo muito bem", dizem os médicos.

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72 horas

No início de sua fala, o médico de Trump disse que eles decidiram transferir o presidente para o hospital por precaução e mencionou que havia 72 horas desde o diagnóstico do coronavírus. Esse foi outro ponto que gerou dúvidas.

"Apenas 72 horas após o diagnóstico agora, a primeira semana de covid - em particular do dia sete ao dia dez - são os mais críticos para determinar o curso provável da doença", disse Sean Conley.

O período citado pelo médico chama atenção, como aponta o editor de América do Norte da BBC, Jon Sopel, porque Trump só confirmou publicamente seu teste positivo na manhã da sexta-feira (02/10), o que daria cerca de 36 horas.

"Durante o período de 72 horas mencionado pelo médico, Trump realizou uma coletiva de imprensa sem máscara, voou para Duluth para o comício, foi para Bedminster para uma arrecadação de fundos onde ninguém usava máscara. E se a Casa Branca sabia que ele era sintomático/tinha coronavírus, não é indefensável?", escreveu Sopel no Twitter.

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