Um homem armado matou a tiros dois policiais de Nova York e se matou em seguida, segundo a polícia, depois de um post nas mídias sociais indicar que ele estaria em busca de vingança pela morte de um homem negro desarmado durante uma detenção.
Os dois policiais do Departamento de Polícia de New York, Rafael Ramos, de 40 anos, e Wenjian Liu, de 32 anos, foram mortos em uma emboscada, dentro do carro de patrulha, na tarde de sábado, disse o comissário de polícia William Bratton.
"Eles foram simplesmente assassinados, foram alvos devido aos seus uniformes", disse ele em uma entrevista coletiva após o ataque, o primeiro em que os agentes da polícia da cidade foram mortos a tiros desde 2011.
Os dois homens foram atacados perto de um projeto habitacional na região de Bedford-Stuyvesant, no Brooklyn, em um momento tenso para a polícia de Nova York, a maior força policial do país. Protestos sobre táticas de policiamento já ocorreram na cidade desde que um grande júri se recusou este mês a acusar um policial branco na morte de Eric Garner, um homem negro que morreu depois de levar uma "gravata" durante uma prisão em julho.
O atirador disparou pela janela do passageiro do carro de patrulha, atingindo ambos os policiais na cabeça antes de eles terem a chance de responder, disse Bratton. O suspeito fugiu a pé, seguido por outros policiais. Em seguida, tirou a própria vida em uma plataforma do metrô.
O presidente Barack Obama condenou os assassinatos, dizendo que "dois homens corajosos não vão para casa com seus entes queridos hoje à noite".
O procurador-geral Eric Holder prometeu o apoio do Departamento de Justiça ao longo da investigação. Bratton disse que o atirador, identificado como Ismaaiyl Brinsley, de 28 anos, fez comentários contra a polícia online. Pouco antes de atirar, uma mensagem em uma conta do Instagram aparentemente pertencente a Brinsley dizia: "Eles tiraram 1 dos nossos... Vamos tirar 2 deles."
O post continha hashtags referenciando Garner e Michael Brown, um adolescente negro desarmado e morto a tiros por um policial branco em Ferguson, Missouri, em agosto.
As mortes também revelaram a insatisfação de alguns policiais com o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, que, para eles, não estaria demonstrando apoio à corporação diante da raiva do público. Vários oficiais voltaram as costas a de Blasio, quando ele chegou ao hospital do Brooklyn, onde os dois policiais foram levados depois de baleados, mostrou um vídeo.
Patrick Lynch, presidente da associação dos patrulheiros, o maior sindicato da polícia municipal do país, disse: "Há sangue em muitas mãos nesta noite."
Não ficou claro por que o atirador escolheu o Brooklyn. As autoridades disseram que Brinsley, que antes vivia na Geórgia, tinha atirado e ferido sua namorada em Baltimore no sábado de manhã antes de se dirigir para New York.
A polícia do condado de Baltimore disse em uma nota que havia tomado conhecimento da ameaça pelo Instagram e contatado a polícia de Nova York, por telefone, cerca de 30 minutos antes dos tiros, enviando em seguida uma advertência com uma foto de Brinsley por fax.