Baltimore prepara-se para funeral de Gray após manifestações

Parte dos manifestantes foram vistos saqueando um supermercado, quebrando vitrines e bloqueando ruas

26 abr 2015 - 17h57
(atualizado às 20h25)

A cidade americana de Baltimore, atingida por violentas manifestações na noite do último sábado (25), se prepara para enterrar na segunda-feira (27) Freddie Gray, um jovem negro cuja morte após sua prisão relançou a polêmica sobre a violência policial. 

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Um agente da polícia de Baltimore monta guarda ante a comissaria do distrito oeste de Baltimore
Um agente da polícia de Baltimore monta guarda ante a comissaria do distrito oeste de Baltimore
Foto: AP en español

Na tarde deste domingo (26) a família do jovem de 25 anos, morto devido à ruptura de vértebras cervicais uma semana depois de ter sido detido, "receberá as visitas" no início do velório, indicou o Baltimore Sun. Seu funeral irá ocorrer na próxima segunda-feira a partir das 11h00 (12h00 de Brasília) na igreja batista New Shiloh. Será enterrado imediatamente após a missa, informou o jornal, no cemitério de Woodlawn, no oeste de Baltimore.

No sábado mais de 1.000 pessoas se reuniram pacificamente em frente à prefeitura para exigir justiça pela morte de Freddie Gray, que faleceu uma semana depois de ter sido preso, em 12 de abril, devido aos ferimentos sofridos. "Sem justiça não há paz", disseram os manifestantes.

Mas o clima se deteriorou subitamente quando várias dezenas dos manifestantes se dirigiram ao estádio de beisebol Camden Yards uma hora antes do início de uma partida entre o Baltimore Orioles e o Boston Red Sox. 

Euforia em saques em Baltimore

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Imagens filmadas pelas redes de televisão locais a partir de helicópteros mostraram uma multidão lançando lançando cones de sinalização, garrafas e latas de lixo contra policiais, antes de quebrar vitrines de lojas e saqueá-las.

Grupos como a Liga da Justiça de Nova York, protestam contra a morte de Freddie Gray
Foto: AP en español

"Os manifestantes estão quebrando janelas e lançam objetos contra nós", declarou na noite de sábado a polícia de Baltimore no Twitter. "Pedimos a todos que mantenham a calma", acrescentou.

Parte dos manifestantes foram vistos saqueando um supermercado, quebrando vitrines e bloqueando ruas. Um fotógrafo da agência AFP observou a destruição de vidros de carros da polícia antes da intervenção de forças antidistúrbios. A polícia de Baltimore informou que 34 pessoas foram presas e que seis oficiais foram feridos por manifestantes.

Fredericka Gray, irmã gêmea de Freddie Gray, pediu calma. "Minha família quer dizer: por favor, por favor, parem com a violência. Freddie não queria isso". Ao seu lado, a prefeita de Baltimore, Stephanie Rawlings-Blake, disse estar profundamente decepcionada com a violência após a manifestação, atribuída por ela a um pequeno grupo de agitadores.

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Durante a manifestação, os oradores convocaram o presidente Barack Obama a lançar uma investigação nacional sobre a brutalidade policial, após uma série de confrontos fatais entre policiais brancos e homens ou jovens negros. "Isso deve parar. Deve parar de verdade porque poderia ter sido qualquer um de nós", disse um homem próximo à família Gray.

Resultado da investigação deve sair em maio

As autoridades iniciaram várias investigações para determinar as circunstâncias em que ocorreram os ferimentos de Freddie Gray, entre os quais uma investigação federal por parte do Departamento de Justiça. A polícia de Baltimore concordou na sexta-feira que o jovem deveria ter recebido atendimento médico após sua prisão.

Protesto reacende tensão em Ferguson e policiais são baleados
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Quando faleceu, sua coluna cerebral estava seccionada na altura da cervical, segundo advogados da família. Vídeos da detenção de Gray, gravados por pedestres, mostram como a polícia colocou de forma violenta o jovem contra o chão, enquanto ele gritava de dor, antes de levá-lo a um furgão policial e partir.

As autoridades policiais também reconheceram que o cinto de segurança do jovem não estava fixado dentro do furgão, que fez três paradas inexplicadas em seu caminho à delegacia de polícia. À espera de que a polícia entregue os resultados de sua investigação no dia 1º de maio, seis policiais foram suspensos por estes incidentes.

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Este falecimento ocorre após uma série de mortes de afro-americanos desarmados, em sua maioria pelas mãos de policiais brancos, que provocaram uma onda de protestos no país sob acusações de racismo, reavivando o debate sobre o uso excessivo da força policial.

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