Osama bin Laden desejava marcar o 10º aniversário dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos com uma grande campanha midiática, segundo os documentos encontrados na casa onde foi morto e que foram divulgados nesta quarta-feira.
"Esperamos o 10º aniversário dos abençoados ataques em Nova York e Washington, que acontecerá em nove meses", escreveu Bin Laden em uma carta sem data, mas que aparentemente foi redigida no fim de 2010.
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Bin Laden acrescentou aos interlocutores que "devem ser conscientes de sua importância e da necessidade de obter vantagens do aniversário nos meios de comunicação para honrar as vitórias dos muçulmanos e comunicar às pessoas o que nós queremos comunicar".
Esta carta é uma das centenas de documentos que agências americanas de inteligência tornaram públicos nesta quarta-feira, que foram encontrados na última residência de Bin Laden em Abbottabad, Paquistão.
Os documentos aos quais a AFP teve acesso são as traduções para o inglês feitas pela CIA, mas não houve condições de verificar de forma independente a procedência do material nem a qualidade da tradução.
Nos documentos, Bin Laden também pede que seus auxiliares permaneçam em "contato com a rede Al-Jazeera com declarações, porque a emissora começará sua cobertura (do aniversário) em 1º de setembro".
O líder da Al-Qaeda, com enormes limitações logísticas para comunicar-se com o exterior, reclama de ter enviado uma "gravação de vídeo há dois meses, mas que ainda não foi divulgada pelos meios de comunicação". Na carta, explica: "Teremos que refazê-la antes de divulgar".
Em outro documento, de 5 abril de 2011, um homem chamado Mahmud faz recomendações a Bin Laden sobre a mensagem que deveria enviar pelo 10º aniversário dos atentados de 11 de setembro.
"A mensagem deveria conter instruções e apelos à juventude e ao país inteiro. Deveria ser genérica e não parar nos detalhes (...) e fazer um apelo à continuidade da jihad", escreveu Mahmud a Bin Laden.
Mas o líder da Al-Qaeda foi morto a tiros em 2 de maio de 2011, quatro meses antes do aniversário dos ataques.
A Al-Qaeda deveria divulgar na internet em 12 de setembro de 2011 um vídeo com imagens de Bin Laden e uma mensagem de seu sucessor, o egípcio Ayman al-Zawahiri.
Em sua parte da mensagem, Bin Laden prometia aos americanos "terminar como os escravos" das empresas multinacionais e do "dinheiro dos judeus".
Os atentados de 11 de setembro, reivindicados pela Al-Qaeda, deixaram mais de 3.000 mortos.