O governo brasileiro não irá conceder asilo ao ex-funcionário da agência de espionagem dos Estados Unidos Edward Snowden, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores nesta terça-feira, acrescentando que o Itamaraty deixará o pedido sem resposta. A rejeição torna o Brasil o mais recente de uma série de países que recusaram os pedidos de asilo apresentados por Snowden, procurado nos Estados Unidos por vazar informações sobre programas eletrônicos secretos de espionagem norte-americanos.
De acordo com o site WikiLeaks, Snowden pediu asilo político a 21 países: Brasil, Rússia, Islândia, Equador, Cuba, Venezuela, Índia, China, Alemanha e França (pedidos feito em nome de Sarah Harrison, funcionária do WikiLeaks que está ajudando o ex-funcionário); e Áustria, Bolívia, Finlândia, Itália, Irlanda, Países Baixos, Nicarágua, Noruega, Polônia, Espanha e Suíça (pedidos feitos em nome do próprio Snowden).
Segundo o site Russia Today, outros sete países além do Brasil já teriam negado o pedido ou dito não haver razão para concedê-lo na presente situação: Finlândia, Polônia, Índia, Espanha, Noruega, Itália, Equador.
Snowden é acusado pelos Estados Unidos por divulgar que órgãos oficiais do governo norte-americano monitoravam caixas postais, na internet, e também chamadas telefônicas. As denúncias, feitas através do jornal britânico The Guardian, trouxeram novamente a público o debate da ingerência do Estado sobre a vida privada e colocou a NSA, agência de espionagem americana, sob forte criticismo. Segundo Snowden, o monitoramento envolvia também pessoas fora dos Estados Unidos, inclusive na Europa. O ex-agente também acusa o governo dos Estados Unidos de pressionar os líderes mundiais a impedir a concessão de visto para ele e, assim obter a extradição.
Com informações da Reuters e Agência Brasil.