O porta-voz do governo do Equador e secretário de Comunicação, Fernando Alvarado, anunciou nesta quinta-feira que o país renunciou às preferências tarifárias dos Estados Unidos. A reação ocorre no momento em que as autoridades equatorianas confirmaram a concessão de asilo político para o norte-americano Edward Snowden, ex-agente da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês).
As preferências tarifárias se referem ao acordo firmado pelos Estados Unidos na década de 1990, com Equador, Peru e Bolívia extinguindo tarifas alfandegárias para cerca de 5,5 mil produtos. O objetivo era estimular o comércio e reduzir o narcotráfico na região. O acordo foi renovado no ano 2000.
"O Equador não aceita pressões, nem ameaças de ninguém e não negocia princípios, nem os submete a critérios mercantis, por mais importantes que sejam", avisou Alvarado. "[Por isso decidiu renunciar de forma] irrevogável e unilateralmente as preferências tarifárias com os Estados Unidos", disse ele, informando que esses mecanismos são utilizados pelos norte-americanos como "instrumento de chantagem".
Snowden denunciou que a NSA e a Polícia Federal norte-americana (FBI), por meio do programa secreto Prism (ativo desde 2007), tinham acesso aos servidores Microsoft, Yahoo, Google e Facebook para consultar informações sobre usuários.
O caso foi denunciado por Snowden, funcionário de uma empresa privada que prestava serviço para a NSA. O ex-assessor partiu para Hong Kong e agora está em Moscou, na Rússia. Não há confirmação, por enquanto, de quando ele pretende seguir para o Equador, nem se vai passar por Cuba ou Venezuela.
Com informações da emissora multiestatal de televisão, Telesur.