O 'caso Ucrânia', que motivou a abertura de um processo de impeachment contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez sua primeira vítima na Casa Branca.
Kurt Volker, enviado americano ao país europeu, entregou o cargo nesta sexta-feira (27), um dia após a divulgação da denúncia contra Trump feita por um analista da Agência Central de Inteligência (CIA).
Volker não explicou o motivo de sua renúncia, mas o jornal The New York Times, citando uma "pessoa informada sobre a decisão", disse que o enviado concluíra que seria impossível exercer a função após as novidades dos últimos dias.
Segundo a denúncia do analista da CIA, Volker facilitou contatos entre o advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani, e a equipe do novo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Um dia após o controverso telefonema de 25 de julho entre Trump e Zelensky, Volker teria visitado Kiev e instruído os líderes ucranianos sobre como "navegar" nas demandas do presidente americano.
Naquela conversa, Trump pediu para Zelensky investigar um caso relacionado a Joe Biden, pré-candidato democrata à Presidência dos EUA e cujo filho, Hunter, era conselheiro de uma empresa de gás na Ucrânia. No entanto, de acordo com a mesma denúncia, o próprio Volker agiu para tentar "conter os danos" que Giuliani estaria causando à segurança nacional dos Estados Unidos. Volker não havia comentado o caso, mas o advogado de Trump veio a público e disse que agira a pedido do enviado à Ucrânia.
A acusação do analista da CIA motivou a abertura de um processo de impeachment contra Trump no Congresso. O presidente é suspeito de abusar do poder do cargo para pedir a um país estrangeiro que investigasse um adversário político.
O inquérito será conduzido pela Câmara dos Representantes, controlada pelo Partido Democrata, de oposição, mas o julgamento cabe ao Senado, de maioria republicana.