Sem se intimidar pela violência provocada pelo plano de retirada da estátua de um líder confederado em Charlottesville, na Virgínia, líderes municipais de cidades dos Estados Unidos disseram que intensificarão os esforços para remover tais monumentos de espaços públicos.
Os prefeitos de Baltimore e Lexington, no Kentucky, disseram que levarão adiante os planos de retirada de estátuas envolvidas em um debate nacional recém-retomado que questiona se monumentos aos confederados pró-escravidão da Guerra Civil dos EUA são símbolos de uma herança ou de ódio.
Autoridades de Memphis, no Tennessee, e Jacksonville, na Flórida, anunciaram na segunda-feira novas iniciativas de remoção de monumentos aos confederados. O governador do Tennessee, Bill Haslam, que é republicano, exortou os parlamentares a livrarem o Capitólio do Estado de um busto de Nathan Bedford Forrest, general confederado e um dos primeiros membros da Ku Klux Klan.
"Este é um momento para assumir posições e se pronunciar", disse o prefeito de Lexington, Jim Gray, em uma entrevista na segunda-feira. Ele adiantou o anúncio dos esforços da cidade depois dos episódios de violência em Charlottesville.
Os confrontos entre supremacistas brancos e manifestantes opostos, que deixaram três mortos em Charlottesville no sábado, incluindo dois policiais cujo helicóptero caiu, parecem ter acelerado o ímpeto de remoção de tais homenagens, bandeiras e outros lembretes da causa dos confederados.
Alguns opositores pareceram tomar o assunto nas próprias mãos. Uma multidão de manifestantes invadiu o local de um monumento confederado diante de um tribunal de Durham, na Carolina do Norte, na segunda-feira, e derrubou a estátua de bronze de sua base.
Imagens do noticiário de televisão local mostraram vários manifestantes se revezando nos golpes e chutes na estátua caída enquanto dezenas mais vibravam e gritavam.
Em Baltimore, um monumento de um soldado confederado moribundo nos braços de uma figura angelical foi encontrado manchado de tinta vermelha, aparentemente um ato de vandalismo cometido durante o fim de semana, segundo o jornal Baltimore Sun.
A iniciativa de grupos de direitos civis e outros de remover monumentos aos confederados ganhou força depois que um supremacista branco confesso assassinou nove afro-norte-americanos em uma igreja de Charleston, na Carolina do Sul, em 2015. O massacre acabou induzindo a retirada de uma bandeira confederada do edifício da Assembleia Legislativa da cidade.
Até abril, ao menos 60 símbolos dos confederados haviam sido removidos ou rebatizados no país desde 2015, segundo o levantamento mais recente do Southern Poverty Law Center.