Os pagamentos foram realizados graças a uma brecha legal. Alguns dos suspeitos recebem pensão até hoje.
Entre eles estão pessoas suspeitas de terem atuado como guardas em campos de concentração nazistas.
O Departamento de Justiça dos EUA afirma que os benefícios são pagos a indivíduos que renunciam à cidadania americana e deixam o país voluntariamente. Mas o fato de dinheiro público ter sido usado para isso tem causado protestos.
A congressista democrata Carolyn Maloney, que integra um comitê de reforma governamental, pediu que o caso seja investigado, por se tratar de um "mau uso grosseiro de dinheiro dos contribuintes", e que essa brecha legal seja corrigida por novas leis.
Suspeitos
Acredita-se que quatro suspeitos de crimes durante a 2ª Guerra Mundial ainda estejam recebendo o benefício previdenciário. Um deles é um ex-guarda da SS (organização nazista que atuava como serviço de inteligência e protegia os campos de concentração) Martin Hartmann, que já admitiu seu passado nazista; o outro é Jakob Denzinger, ex-segurança do campo de Auschwitz.
Há relatos de que Hartmann tenha se mudado para Berlim em 2007, depois de ter morado no Estado americano do Arizona, e de que Denzinger tenha trocado Ohio pela Alemanha em 1989. Hoje ele vive na Croácia.
O pagamento de pensões supostamente permite que o Escritório de Investigações Especiais do Departamento de Justiça evite longos processos de deportação e expulse mais suspeitos nazistas dos EUA.
Segundo a investigação da AP, ao menos 38 de 66 suspeitos nazistas que deixaram os EUA continuaram recebendo o pagamento de pensões.
Em comunicado, o porta-voz do Departamento de Justiça, Peter Carr, disse que em 1979 o Congresso dos EUA ordenou a expulsão de criminosos nazistas "o mais rápido possível" para paises onde eles pudessem ser processados criminalmente.
"Sob as leis existentes nos EUA, todos os benefícios de aposentadoria são extintos se alguém é expulso do país por ordem judicial", declarou. "No entanto, se um indivíduo renuncia à cidadania americana e deixa o país voluntariamente, eles podem continuar a receber os benefícios de seguridade social."