Criminosos nazistas receberam pensão do governo dos EUA

Alguns dos suspeitos são beneficiados até hoje

20 out 2014 - 17h11
(atualizado às 18h19)
<p>Martin Hartmann é um dos que deixaram os EUA e podem ainda estar recebendo pensão</p>
Martin Hartmann é um dos que deixaram os EUA e podem ainda estar recebendo pensão
Foto: AP

O governo dos Estados Unidos pagou milhões de dólares em pensões a dezenas de suspeitos de serem criminosos de guerra nazistas, após forçá-los a deixar o país, segundo investigação da agência Associated Press.

Os pagamentos foram realizados graças a uma brecha legal. Alguns dos suspeitos recebem pensão até hoje.

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Entre eles estão pessoas suspeitas de terem atuado como guardas em campos de concentração nazistas.

O Departamento de Justiça dos EUA afirma que os benefícios são pagos a indivíduos que renunciam à cidadania americana e deixam o país voluntariamente. Mas o fato de dinheiro público ter sido usado para isso tem causado protestos.

A congressista democrata Carolyn Maloney, que integra um comitê de reforma governamental, pediu que o caso seja investigado, por se tratar de um "mau uso grosseiro de dinheiro dos contribuintes", e que essa brecha legal seja corrigida por novas leis.

Suspeitos

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Acredita-se que quatro suspeitos de crimes durante a 2ª Guerra Mundial ainda estejam recebendo o benefício previdenciário. Um deles é um ex-guarda da SS (organização nazista que atuava como serviço de inteligência e protegia os campos de concentração) Martin Hartmann, que já admitiu seu passado nazista; o outro é Jakob Denzinger, ex-segurança do campo de Auschwitz.

Há relatos de que Hartmann tenha se mudado para Berlim em 2007, depois de ter morado no Estado americano do Arizona, e de que Denzinger tenha trocado Ohio pela Alemanha em 1989. Hoje ele vive na Croácia.

Departamento de Justiça diz que benefício é pago a indivíduos que renunciam à cidadania americana; acima, Jakob Denzinger
Foto: AP

O pagamento de pensões supostamente permite que o Escritório de Investigações Especiais do Departamento de Justiça evite longos processos de deportação e expulse mais suspeitos nazistas dos EUA.

Segundo a investigação da AP, ao menos 38 de 66 suspeitos nazistas que deixaram os EUA continuaram recebendo o pagamento de pensões.

Em comunicado, o porta-voz do Departamento de Justiça, Peter Carr, disse que em 1979 o Congresso dos EUA ordenou a expulsão de criminosos nazistas "o mais rápido possível" para paises onde eles pudessem ser processados criminalmente.

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"Sob as leis existentes nos EUA, todos os benefícios de aposentadoria são extintos se alguém é expulso do país por ordem judicial", declarou. "No entanto, se um indivíduo renuncia à cidadania americana e deixa o país voluntariamente, eles podem continuar a receber os benefícios de seguridade social."

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