Os advogados de Dzhokhar Tsarnaev, suposto autor junto ao irmão Tamerlan - morto pela polícia - do atentado de Boston (nordeste dos Estados Unidos) que deixou três mortos e 264 feridos em abril de 2013, querem que o julgamento seja adiado até setembro de 2015.
Em um documento enviado ao tribunal no fim de semana e obtido nesta terça-feira, os advogados explicam que se o processo for mantido na data prevista de 3 de novembro só terão a metade do tempo de preparação geralmente acordado a um acusado que pode ser condenado à pena de morte.
Por isso, pedem que o julgamento seja adiado "para o dia 1º ou depois do dia 1º de setembro de 2015".
O período de 16 meses entre o momento em que Dzhokhar Tsarnaev foi acusado e a data prevista do processo é "a metade do tempo de preparação que os tribunais concederam aos acusados passíveis da pena de morte nos últimos dez anos", inciou a advogada Judy Clarke no documento de 15 páginas.
Clarke afirma que a dimensão da investigação e os elementos recolhidos "superaram a capacidade dos advogados de avaliar e responder ao governo no tempo apropriado".
Dzhokhar Tsarnaev, de 21 anos, de origem chechena e naturalizado americano em 2012, é acusado junto ao seu irmão Tamerlan, de 26 anos na época, de detonar duas bombas artesanais perto da linha de chegada da maratona.
Em um documento enviado no mesmo dia, os advogados de Tsarnaev também reiteram seu pedido para que o julgamento seja transferido de Boston para outra cidade, como Washington, para garantir um processo justo.
Segundo a defesa, uma pesquisa recente revelou uma "esmagadora presunção de culpa" do acusado, "julgamento prévio sobre a pena que deve ser imposta" e "um número extraordinariamente alto" de potenciais membros do júri que participaram da maratona ou conhecem alguém que estava presente no evento.
Mas, para a procuradoria, que lembrou que os tribunais americanos rejeitam quase todos os pedidos de mudança de sede de um julgamento motivados por um temor de falta de imparcialidade, um deslocamento do processo não é justificado.
Agora cabe ao juiz federal responsável pelo caso tomar uma decisão.