O advogado do soldado Bradley Manning anunciou nesta quarta-feira que vai pedir a Barack Obama o perdão presidencial que permita a libertação "o mais rápido possível" do ex-analista de inteligência, condenado a 35 anos de prisão por vazar informações ao portal Wikileaks. David Coombs pedirá que Manning seja libertado pelo tempo já cumprido em prisão desde o final de maio de 2010.
Após a condenação, o fundador do Wikileaks, Julian Assange, qualificou de "vitória tática" da defesa a sentença de 35 anos de prisão para Manning. "A defesa deveria estar orgulhosa de sua vitória tática", disse Assange em comunicado direto da embaixada do Equador em Londres, onde está refugiado desde junho de 2012 para evitar sua extradição à Suécia por supostos crimes sexuais.
Segundo Assange, "o período que Manning já passou na prisão será descontado da sentença, enquanto as reduções por bom comportamento, liberdade condicional e outros fatores provavelmente permitirão que não passe mais de dez anos confinado".
Mas o ativista australiano ressaltou "que o julgamento de Manning e sua condenação são uma afronta aos conceitos ocidentais básicos de Justiça". Através do Wikileaks, o ex-soldado, de 25 anos, vazou mais de 700 mil documentos secretos do exército americano e correspondências diplomáticas.
Assange ressaltou que, após sua detenção em maio de 2010, Manning foi "imediatamente submetido a uma prisão punitiva pelo governo dos Estados Unidos considerada 'cruel, desumana e degradante' pelo relator especial da ONU sobre tortura", o jurista argentino Juan Méndez.
O ex-hacker australiano, de 42 anos, disse que o trabalho da defesa de Manning agora deve ser "diminuir ainda mais a condenação em apelação" e destacou que a lei militar só permite reduzir a sentença em caso de recurso. "É importante que o apoio a Bradley Manning continue durante este tempo", ressaltou Assange, para quem a única conclusão justa do caso seria sua "libertação incondicional".
Na opinião de Assange, Manning deveria receber uma "compensação pelo tratamento ilegal ao qual foi submetido" e as autoridades americanas teriam que se comprometer a "investigar as más práticas que suas supostas revelações trouxeram à luz".