O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou neste domingo, 21, a desistência da candidatura à reeleição. Com a conversão do Democrata marcada para o próximo dia 19 de agosto, além de correr para escolher o nome do candidato para substituir Biden, o partido terá ainda que resolver a questão do dinheiro doado para a campanha.
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Nos últimos dois anos, Biden e Kamala Harris, vice-presidente do EUA, arrecadaram juntos centenas de milhões de dólares para sua campanha de reeleição. Segundo o The New York Times, a campanha de Biden-Harris arrecadou US$ 91 milhões (R$ 509 milhões na cotação atual) até 30 de maio. Mas afinal, para onde vai esse dinheiro com a desistência?
Se o Partido Democrata escolher Kamala, nome endossado pelo próprio Biden, sua nova chapa teria quase nenhuma interrupção financeira. Ela teria acesso imediato ao montante em caixa. Já se for um outro nome, o montante será devolvido aos doadores, forçando o candidato começar do zero uma nova campanha de doação.
Há, contudo, duas alternativas para um novo candidato presidencial, sem ser Kamala, se beneficiar do dinheiro na conta de campanha. A primeira alternativa seria a campanha Biden-Harris transferir o montante para um super PAC federal ("Comitê de Ação Política"), que poderia gastá-lo em publicidade para a nova chapa democrata.
A segunda alternativa seria se utilizar de um precedente. Quando Michael Bloomberg se retirou da corrida primária presidencial democrata de 2020, ele transferiu os US$ 18 milhões restantes de sua campanha para o Comitê Nacional Democrata.
Apesar de esses fundos excederem os limites de contribuição para doadores individuais, A Comissão Eleitoral Federal aprovou a transferência. Esse precedente sugere que os democratas poderiam tentar transferir os US$ 91 milhões para o partido, criando um comitê partidário bem financiado para um novo candidato.
Substituto
Joe Biden já anunciou seu apoio a Kamala Harris. Mas a escolha não é tão simples assim. Segundo uma reportagem do Washington Post, há dois caminhos possíveis: uma votação virtual que definiria um novo candidato no início de agosto ou uma convenção "aberta". Esse último caso ocorre quando nenhum candidato chega com uma clara maioria de delegados, levantando os concorrentes a se esforçarem para convencer os delegados a votar neles.
O problema é que alguns Estados limitam a agosto o prazo para entrar na cédula para a eleição geral do país, enquanto a votação antecipada começa em setembro em alguns lugares. É por isso, segundo o jornal, que os líderes do partido provavelmente devem tentar resolver a nomeação antes que a Convenção Nacional Democrata comece, em 19 de agosto.
Se um candidato obtiver a maioria dos votos dos delegados na primeira votação, essa pessoa se tornaria o candidato. Mas se ninguém tiver a maioria, uma segunda votação ocorreria. A partir da segunda votação, os chamados superdelegados, líderes de maior destaque do partido, incluindo ex-presidentes e ex-vice-presidentes, governadores democratas, membros do Congresso e oficiais do partido, entrariam na votação.
Mas se o partido seguir em frente com uma votação virtual, poderia oficialmente definir o candidato antes do início da convenção em 19 de agosto, e a disputa estaria encerrada. Ou seja, os delegados poderiam referendar o nome escolhido nessa votação.*Com informações do Estadão