O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez seu primeiro pronunciamento após desistir de disputar a reeleição. Nesta quarta-feira, 24, o mandatário de 81 anos afirmou que a "defesa da democracia é maior que qualquer cargo" e que está "passando o bastão" para a nova geração, como forma de unir o país.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
"Eu reverencio esse cargo, mas amo mais meu país", afirmou Biden no início do discurso, feito do Salão Oval da Casa Branca. "Tem sido a honra da minha vida servir como seu presidente, mas a defesa da democracia, que está em risco, é maior que qualquer cargo".
O presidente afirmou que os Estados Unidos terão de escolher entre "avançar ou regredir, a esperança ou o ódio, entre a união ou a divisão": "Nestas últimas semanas, ficou claro que eu preciso unir meu partido neste desafio imprescindível. (...) Então, decidi que a melhor maneira de avançar é passar o bastão para uma nova geração".
Biden explicou que passará os próximos seis meses 'focado' em suas funções como presidente, citando o crescimento econômico, a defesa dos direitos civis, a proteção contra violência armada e soluções à crise climática, além de propor uma reforma na Suprema Corte.
O presidente também citou um breve histórico sobre seu governo, afirmando que os Estados Unidos são "a econômia mais forte do mundo, com a criação de 16 milhões de empregos", o aumento de salários e a queda da inflação.
Biden elogiou sua vice, Kamala Harris, cotada para assumir a candidatura do Partido Democrata à Presidência. "Kamala tem experiência, é forte e capaz. Ela tem sido uma parceira incrível para mim e uma líder de nosso país", exaltou, antes de dizer que a escolha do próximo presidente 'cabe ao povo americano'.
"Na América, reis e ditadores não governam. O povo governa. A história e o poder estão em suas mãos, o ideal americano está em suas mãos. Mantenham a esperança e lembrem-se de quem somos. Não há nada que não possamos fazer se o fizermos juntos. Então, vamos agir e preservar nossa democracia", terminou.
Desistência de Biden
O presidente Joe Biden anunciou a desistência de disputar as eleições presidenciais nos EUA no domingo, 21. Em uma postagem nas redes sociais, Biden declarou seu "total apoio e endosso para que Kamala seja a candidata de nosso partido este ano" e acrescentou: "Democratas — é hora de nos unirmos e derrotar Trump. Vamos fazer isso." Atual vice-presidente dos EUA, Kamala Harris foi a primeira mulher a ocupar esse cargo.
A vice-presidente respondeu ao apoio de Joe Biden dizendo que fará "tudo ao meu alcance para unir o Partido Democrata - e unir nossa nação - para derrotar Donald Trump e sua agenda extrema".
A chapa do Partido Democrata deve ser oficializada na Convenção Nacional da agremiação, em agosto. Mas as especulações sobre quem representará a legenda na disputa contra o ex-presidente Donald Trump estão a todo vapor.
Kamala Harris é o nome que ganhou mais força até o momento. Gretchen Whitmer, governadora de Michigan, e Gavin Newsom, governador da Califórnia, tinham sido indicados como possíveis opções antes do anúncio oficial da desistência de Biden.
Newsom publicou uma mensagem de apoio a Kamala após a divulgação da decisão do presidente. Gretchen saudou a decisão de Biden, mas não deixou claro se tentará a nomeação.
Após o presidente dos Estados Unidos desistir da candidatura à reeleição, as doações para os democratas dispararam. A campanha online arrecadou em torno de US$ 50 milhões (cerca de R$ 280 milhões, na cotação atual) somente no domingo, 21, conforme a ActBlue, plataforma de arrecadação de fundos do partido.
Foi o maior dia de arrecadação dos democratas em quatro anos, desde a eleição de 2020. Até então, a campanha tinha cerca de US$ 96 milhões (R$ 538 milhões) em caixa.