O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, desejou nesta quinta-feira que seu sucessor, o republicano Donald Trump, tenha "sucesso" em seu governo pelo bem do país, e que ambos possam trabalhar juntos nos próximos dois meses de transição nos muitos temas que interessam os norte-americanos.
"Quero enfatizar, ao senhor presidente eleito, que agora vamos fazer tudo o que possamos para ajudá-lo a ter sucesso, porque se o senhor tiver sucesso, o país terá sucesso", disse Obama ao concluir sua primeira reunião com Trump na Casa Branca.
O presidente disse ter realizado um "excelente" diálogo com Trump sobre "temas organizativos da Casa Branca, política externa e nacional". "Me sinto muito empolgado pelo interesse do presidente eleito em trabalhar com minha equipe sobre muitos dos temas que o país tem que lidar", disse Obama, sentado ao lado de Trump.
"Acredito que é importante que todos, independentemente de nosso partido e preferências políticas, nos unamos agora e trabalhemos juntos para lidar com os muitos desafios que enfrentamos", disse.
Obama e Trump falaram de forma muito breve com a imprensa após uma reunião que durou mais de uma hora e meia, não aceitando perguntas dos jornalistas que estavam na Casa Branca.
Ao mesmo tempo, a primeira-dama, Michelle Obama, recebeu na residência presidencial sua sucessora, Melania Trump, com quem também realizou uma "excelente conversa", segundo o presidente.
"Queremos garantir que eles se sintam bem-vindos durante os preparativos para a transição", ressaltou Obama.
No entanto, a tensão entre ambos ficou latente na chegada sigilosa do presidente eleito, que entrou na Casa Branca pelo jardim sul para evitar a imprensa.
Trump se diz "ansioso" para trabalhar com Obama
O presidente eleito afirmou estar "ansioso" para trabalhar com o atual chefe de governo, Barack Obama, a quem descreveu como um "homem muito bom" e de quem não abrirá mão de receber conselhos durante sua gestão, depois de se reunir com ele na Casa Branca.
"Estou querendo trabalhar com o presidente no futuro, incluindo para consultar", afirmou Trump durante uma breve pronunciamento à imprensa. O encontro, segundo o presidente eleito, tinha duração prevista de apenas 10 ou 15 minutos e o objetivo de que os dois homens se conhecessem pessoalmente após uma dura campanha presidencial na qual trocaram duras críticas e na qual o bilionário chegou a culpar Obama pela "fundação" do Estado Islâmico (EI).
O encontro acabou durando uma hora e meia devido a os dois terem muito o que falar e "poderia ter sido muito mais longo", ainda de acordo com Trump.
"Foi uma grande honra conhecê-lo e será uma honra estar com o senhor muitas mais vezes", ressaltou Trump, que disse sentir um "grande respeito" pelo presidente Obama.
A reunião começou por volta das 11h (hora local; 14h de Brasília) e representa o princípio da transferência de poderes entre Obama e Trump, que prometeu acabar com o legado do atual presidente em imigração, derrubar sua reforma da saúde e romper o acordo nuclear conseguido com o Irã em julho de 2015.
Este é o primeiro encontro pessoal entre Trump e Obama, embora já tenham conversado por telefone na madrugada de quarta-feira.
Enquanto a reunião acontecia, a imprensa pôde ver o chefe do gabinete de Obama, Denis McDonough, caminhando pelos jardins da residência presidencial com Jared Kushner, genro de Trump e um de seus assessores mais próximos durante a campanha.
Também hoje na Casa Branca está prevista uma reunião entre o vice-presidente Joseph Biden e seu sucessor, Mike Pence.