O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de 81 anos, anunciou na tarde de domingo, 21, a desistência da corrida presidencial de 2024. Em anúncio feito por meio de uma carta publicada nas redes sociais, ele afirmou que sua decisão leva em consideração o melhor para o partido Democrata e para o país, além de endossar o nome da vice-presidente, Kamala Harris, como candidata. Em entrevistas com pessoas próximas do presidente, sob condição de anonimato, a Associated Press revelou detalhes da decisão de Biden de desistir da candidatura.
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De acordo com a agência, a equipe sênior de Biden foi avisada de que ele estava se retirando da candidatura à reeleição às 14h45 (horário de Brasília) de domingo, somente um minuto antes da mensagem se tornar pública. O comunicado da desistência foi divulgado às 14h46.
Até decidir se retirar, o presidente estava completamente comprometido com a campanha. No entanto, ele já refletia sobre os pedidos para a desistência depois do desempenho desastroso no primeiro debate contra o ex-presidente Donald Trump, sobre os seus últimos anos à frente dos EUA e sobre o alcance de sua carreira política.
No dia 13 de julho, inclusive, Biden teve uma reunião com o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, que fez um apelo pessoal focado no legado de Biden, no futuro dos EUA e no impacto que o topo da chapa poderia ter nas eleições para o Congresso. Uma fonte afirmou que Biden pediu a Schumer uma semana para pensar no assunto.
Segundo a publicação, a decisão foi tomada somente por Biden, durante o período em que está passando em sua casa em Rehoboth Beach, Delaware, depois de ser diagnosticado com covid-19. Porém, até a noite de sábado, o presidente não estava certo que deixaria a disputa.
Em sua casa, Biden estava acompanhado da primeira-dama, Jill Biden; do estrategista-chefe Mike Donilon; do conselheiro do presidente Steve Ricchetti; da vice-chefe de gabinete da Casa Branca Annie Tomasini; e de Anthony Bernal, conselheiro sênior da primeira-dama.
Ainda conforme a agência, foi só no domingo que a decisão se efetivou. Antes do anúncio, ele conversou várias vezes com Kamala Harris, informou o chefe de gabinete da Casa Branca, Jeff Zients, e sua assessora de longa data e presidente da campanha, Jen O’Malley Dillon.
Às 14h45, um grupo de conselheiros sêniores da campanha e da Casa Branca se reuniu em uma ligação para a decisão ser anunciada. No minuto seguinte, a carta foi publicada nas redes sociais.
O apoio público a Kamala Harris veio pouco mais de meia hora depois. Essa estratégia também foi coreografada "para dar à declaração inicial do presidente peso total e colocar um ponto final no momento antes de seguir para o próximo passo", destacou a AP.
Depois do anúncio público, o chefe de gabinete da Casa Branca, Jeff Zients, fez uma chamada com a equipe sênior, enviou um e-mail e conversou com o gabinete de Biden para garantir que todos da equipe viram a carta do presidente. Biden também realizou chamadas pessoais.
Após ele desistir da candidatura à reeleição, as doações para os democratas dispararam. A campanha online arrecadou em torno de US$ 50 milhões (cerca de R$ 280 milhões, na cotação atual) somente no domingo, 21, conforme a ActBlue, plataforma de arrecadação de fundos do partido.