Kamala e Trump disputam eleição após campanha com troca de candidato e atentado

Pesquisas indicam empate entre os candidatos; resultado deve ser conhecido só a partir de quarta-feira à noite

5 nov 2024 - 00h03
(atualizado às 06h35)

Quem vai presidir os Estados Unidos pelos próximos quatro anos? Eleitores americanos vão às urnas nesta terça-feira, 5, para definir o futuro do país. Kamala Karris e Donald Trump chegam ao dia da eleição tecnicamente empatados. Com a disputa acirrada, a expectativa é que o vencedor seja conhecido apenas a partir da noite de quarta-feira, 6.

A disputa acontece após uma campanha cheia de reviravoltas e polêmicas. Inicialmente, o adversário de Trump seria o atual presidente Joe Biden. Porém, depois do primeiro debate entre os dois, a saúde do candidato democrata foi colocada em xeque. Ele apareceu frágil e confuso --como já tinha acontecido em outras oportunidades durante discursos ou aparições públicas-- e viu crescer a pressão em todos os setores para que renunciasse à candidatura, o que acabou acontecendo em agosto, dando lugar para a vice Kamala Harris. 

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Já Trump foi alvo de um atentado durante um comício na cidade de Butler, na Pensilvânia, em 13 de julho. O candidato republicano acabou atingido de raspão na orelha direito por um tiro de fuzil AR-15. Uma pessoa na plateia morreu e outras duas ficaram gravemente feridas. Nos discursos seguintes da campanha, o empresário optou por utilizar um vidro blindado como forma de proteção. 

Apesar de pensamentos opostos em alguns setores, Kamala e Trump vão enfrentar os mesmos desafios caso saiam vencedores das urnas: um país polarizado politicamente, população contrária à imigração e grande déficit público. 

Além disso, os dois terão que lidar com o papel dos EUA como mediador das duas grandes guerras em andamento –na Ucrânia e no Oriente Médio-- e a perda de espaço no mercado internacional para a China. 

Nos assuntos domésticos, essas são as principais diferenças entre as propostas:

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Foto: Arte Terra

Mudança no eleitorado de Trump

Apesar do seu conhecido discurso contra as minorias, as pesquisas indicam que Donald Trump deve ter um desempenho superior entre os eleitores não brancos do que os números conquistados há quatro anos, quando acabou derrotado pelo democrata Joe Biden. 

De acordo com pesquisa do Siena College, encomendada pelo jornal The New York Times, o candidato republicano aparece com a preferência de 12% dos eleitores negros e 42% dos latinos. Já Kamala tem 81% e 52%, respectivamente.

Em termos de comparação, em 2020, Trump conquistou 8% dos votos de eleitores negros e 38% dos latinos, segundo o instituto de pesquisas Pew Research Center. Naquela eleição, Biden obteve 92% dos votos entre os negros e 59% dos latinos.

Kamala deu ânimo para campanha dos democratadas

A maior parte da campanha presidencial de Kamala Harris foi feita para o cargo de vice-presidente. Inicialmente, ela pretendia dar continuidade a parceria com Joe Biden. Porém, em 24 de agosto, ela aceitou oficialmente a indicação do Partido Democrata para disputar a eleição contra Donald Trump após a desistência do atual presidente dos Estados Unidos. 

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A entrada da senadora na disputa eleitoral deu uma injeção de ânimo na disputa, que antes parecia muito mais próxima a tender para a vitória republicana. Ela conquistou o apoio dos maiores veículos de imprensa do país e de grandes celebridades, como Lady Gaga, Taylor Swift, Beyonce e Jennifer Lopez.

Kamala Harris pode se tornar a primeira mulher negra a ser presidente dos Estados Unidos. Apesar do possível ineditismo, ela evitou usar a etnia e o gênero como grandes pilares da campanha. Em contrapartida, focou em questões sociais e tentou classificar o adversário como extremista. 

Entenda o processo eleitoral 

Ao todo, mais de 160 milhões de eleitores estão aptos a votar. Porém, diferente do Brasil, o voto não é obrigatório. Além disso, são necessários “apenas” 270 votos para definir quem vai comandar a nação mais poderosa do mundo. 

A votação é feita por meio de Colégios Eleitorais. O colégio eleitoral é composto por 538 delegados. Para ser eleito, é preciso conquistar votos de 270 delegados (50% mais um do total).

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Em 48 dos 50 estados dos EUA, o candidato mais votado em um estado leva todos os delegados da área. Ou seja, se o candidato democrata receber mais votos em um estado, os delegados eleitos serão democratas. Maine e Nebraska (com 4 e 5 delegados, respectivamente) são os únicos que distribuem os votos de acordo com a proporção recebida por cada candidato

Como é definido o número de delegados? Ele é proporcional à representação no Congresso. Ex: Se o estado tiver 2 senadores e 6 deputados, ele terá 8 delegados no total.

Alguns estados, historicamente, elegem sempre o mesmo partido: Califórnia e Nova York votam no Partido Democrata, já Texas e Arkansas, no Partido Republicano.

Os estados que não têm a tradição de votar em um partido específico, oscilando nas eleições, são chamados de estados-pêndulo (‘Swing States’, em inglês). Este ano são: Pensilvânia, Geórgia, Carolina do Norte, Michigan, Wisconsin, Nevada e Arizona. Juntos, eles somam 93 delegados.

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E são esses sete Estados que devem definir se é Kamala Harris ou Donald Trump que vai ocupar a Casa Branca a partir de 2025. Nos últimos dias de campanhas, os dois fizeram uma ofensiva por essas localidades. 

Voto com cédula de papel 

A maioria dos eleitores votam com cédulas de papel. Nela, eles marcam à mão o candidato interessado. No entanto, em alguns Estados, é possível utilizar um dispositivo digital para votar conhecido como BMDs (ballot marking devices), onde ele reproduz o registro em papel do voto. 

Em outros, também há a possibilidade de enviar as cédulas por correio, chamados de “All-mail” ou entregar por meio de programas de votação ausente, segundo o governo americano. A candidata democrata Kamala Harris, por exemplo, votou por este método, antecipadamente. O ex-presidente Barack Obama também registrou seu voto pelo correio como forma de incentivar demais eleitores e diminuir as chances de uma alta abstenção. 

Só a presidência está sendo escolhida nestas eleições?

Não. Além da presidência, também serão eleitos os integrantes para o Congresso norte-americano, onde ocorre a aprovação das leis do país. Os candidatos disputam 435 cadeiras da Câmara dos Representantes e 34 do Senado.

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Design de Cláudia Guimarães

Fonte: Redação Terra
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